"Um Homem com uma Câmera", documentário do soviético Dziga Vertov
Um dos elementos mais fascinantes do cinema documentário é a infindável flexibilidade que caracteriza a sua feitura. Dentro desse gênero se enquadra uma grande variedade de estilos, pontos de vista e linhas de trabalho. Tudo começou nos anos de 1920, quando a situação política mostrou a necessidade de atribuir uma carga maior de informação e de propostas éticas e ideológicas para os filmes que se produziam. Por diversos motivos, tanto a União Soviética e a Alemanha de Hitler quanto os países de governos liberais e democráticos sentiram a necessidade aproximar o cinema ao mundo do conhecimento.
Com a proximidade da 2ª Guerra, a Inglaterra decidiu criar um organismo público destinado a ampliar as noções de cidadania por meio do cinema. John Grierson foi chamado para comandar um projeto voltado para o que ele chamava de “tratamento criativo das atualidades” – sendo que o termo atualidades queria dizer o que no Brasil de chamava de “cine-jornal”. Em outras palavras, tratava-se de transmitir informação de um modo criativo, ou seja, com o apoio da música, de uma fotografia artística, de um texto atraente e de uma montagem que trouxesse dinamismo às imagens.
Mas é possível acrescentar ficção aos documentários? Sim, é possível incluir até animação porque, segundo os teóricos, o que caracteriza os filmes desse gênero é o fato de emitir asserções, ou seja, conceitos dados e afirmações, sobre o mundo real. E não apenas construir um universo paralelo por meio da ficção.
Cena do filme "Francofonia", dirigido por Sokurov
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