William Defoe (protagonista do longa) e Maria Fernanda Cândido em cena do filme
O filme “Meu Amigo Hindu”, último
trabalho em longa metragem de Hector Babenco, acaba de ser aclamado no Festival
Internacional de Cinema de Montreal. Seu protagonista Willen Dafoe recebeu o
prêmio de melhor ator naquele Festival canadense. O filme parte de uma
experiência muito pessoal de Hector Babenco, falecido há pouco tempo, ou seja,
ela foi o ponto de partida para este seu derradeiro longa. Por isso a obra é
considerada um trabalho auto-biográfico.
No filme, Willem Dafoe interpreta Diego, um diretor de cinema que descobre uma
doença provavelmente fatal. Ele então se casa com a mulher com quem vivia ha
muitos anos de muitos anos, despede-se de seus amigos e ingressa numa rotina de
intermináveis jornadas em hospitais. Chega a conversar com a própria morte, a
quem pede tempo para fazer mais um filme.
Durante o longo tratamento conhece um menino hindu com quem partilha histórias sobre a sua vida. Seu casamento termina e ele conhece uma nova mulher que traz um pouco de luz para a sua vida. Além de Willem Dafoe, no elenco, estão nomes como, Maria Fernanda Cândido, Barbara Paz, Selton Mello, Reynaldo Gianecchini, Tuna Duek e Dan Stulbach.
Hector Babenco ao meio de Defoe e Maria F. Cândido durante as gravações do filme
Como vemos, dessa luta final pela vida fazem parte várias pessoas e muitos símbolos. Pessoas, como o genial cineasta e milionário pintor americano Julian Schnabel (autor de “O Escafandro e a Borboleta”) que hospedou o protagonista em sua casa, e símbolos como a Morte, cujo emissário é interpretado por Selton Mello. Isso mostra que, na história em que o filme se baseia, Babenco quase perde a vida, mas não abandona o humor. Ele mesmo define o filme como uma viagem que vai do negro para a luz.
Em 1975, Babenco dirigiu sua primeira ficção que foi O Rei da Noite. Fez filmes de grande sucesso e prestigio como Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981). Sua primeira produção internacional foi O Beijo da Mulher-Aranha (1984), com quatro indicações ao Oscar, incluindo a de melhor diretor. Em 2003, foi escolhido para a Seleção Oficial da Palma de Ouro, no Festival de Cannes, com Carandiru, uma das maiores bilheterias do cinema nacional. Este prêmio para “Meu Amigo Hindu” é uma demonstração de que o cinema de Babenco continua vivo e sempre poderá trazer novos ensinamentos para quem com ele entrar em contato.
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