Joaquim Phoenix e Emma Stone são os destaques do elenco
Vamos encerrar nossa retrospectiva dos
filmes mais recentes de Woody Allen comentando o longa que lançou há exatamente
um ano: Homem Irracional.
Não foi o seu melhor trabalho, mas Woody Allen é um cineasta que, mesmo sem
acertar por inteiro, continua desafiador e interessante. Para aquele filme de
2015, ele cria um personagem que contraria todos os
cânones da dramaturgia. As teorias clássicas de Aristóteles já recomendavam que
o protagonista desenvolvesse uma ação dramática, isto é, que perseguisse um
objetivo claro, para ele e principalmente para as plateias. Desde o início,
porém, ou melhor, desde o título esse Homem Irracional não se encaixa
nessa fórmula.
Ao lado das atrizes Emma Thompson e Parker Posey, Joaquim Phoenix desenvolve um tipo por meio do qual não há possibilidade de identificação com o público. Uma pessoa antipática e de difícil convivência até para as mulheres que dele se aproximam. Ele é um professor de filosofia numa universidade do interior dos EUA, imerso na mais profunda angústia existencial. Isso não o impede de namorar a aluna mais interessante da classe, que se acha atraída mais por curiosidade do que por encantamento.
Ao lado das atrizes Emma Thompson e Parker Posey, Joaquim Phoenix desenvolve um tipo por meio do qual não há possibilidade de identificação com o público. Uma pessoa antipática e de difícil convivência até para as mulheres que dele se aproximam. Ele é um professor de filosofia numa universidade do interior dos EUA, imerso na mais profunda angústia existencial. Isso não o impede de namorar a aluna mais interessante da classe, que se acha atraída mais por curiosidade do que por encantamento.
Phoenix vive um professor de filosofia imerso na sua angústia existencial
Mesmo não sendo este o melhor trabalho de Woody Allen, em cada um de seus fotogramas, percebe-se a presença do autor na mise en scene, bem como a sua marca registrada em todos os diálogos e situações. Apesar de aparentado com outros de seus personagens, como anti-herói de “Ponto Final” (2005), o Homem Irracional de Joaquim Phoenix vaga pelo roteiro, desprovido de rumo ou de motivo. Sem qualquer razão para continuar existindo. Até que encontra uma, como quem acha um artigo interessante, numa revista velha numa sala de espera qualquer.
E desse ponto em diante, Woody Allen segue o palpite oferecido por seu próprio personagem, durante uma aula em que ele louvava o texto de Dostoievski. E assim encontra um destino para o filme e seu protagonista. Quem assistir entenderá melhor a que estou me referindo...
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