Cauã Raymond e Luiza Arraes em cena pelo filme de Homero Olivetto
Neste seu longa de estreia como diretor, ele coordena um grupo de roteiristas encarregado de dar forma às lembranças transmitidas pelo avô nordestino. Nessa linha ele trabalhou com a ideia de um grupo de órfãos que se reúne em torno de uma lenda, sobre a imagem de uma santa que teria o poder de provocar chuva. Em lugar de cavalos, eles se locomovem em motocicletas, numa trama rodada em locais como Petrolina, Juazeiro do Norte e Sobradinho mas sob a evidente inspiração de Mad Max.
A fotografia nada tem a ver com o saudoso branco e preto de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e recorre até à sofisticação dos drones para registrar as inigualáveis paisagens nordestinas. Por trás de tudo, temos o espírito das novelas de TV baixado nos diálogos dos atores – todos competentes, mas em sua maioria falando com aquele sotaque globo-nordestino que todos conhecem. A história de Reza a Lenda procura retomar a importância do misticismo herético e fetichista como contra parte, e também como complementação dos conflitos sociais, da fome e da violência no sertão brasileiro.
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