Asghar Farhadi (esquerda) dirige Shahab Hosseini em seu filme "O Apartamento"
Com toda aquela névoa, a humidade das
ruas refletindo os postes de luz e as sombras de uma cidade ainda ainda mal
iluminada, nos anos de 1940, a cidade de Nova York era o habitat natural dos
gângsters e dos detetives particulares que contribuíam para formar os elencos
dos chamados "film noir". Ou seja, histórias de crime e violência que
marcavam a fauna urbana de Nova York. Agora numa inesperada coincidência da
história um clima parecido se repete em outras paragens do planeta, como Teerã,
capital do Irã – que é palco de um dos melhores filmes desta semana.
Essa a é a atmosfera de “O
Apartamento”, o último filme do iraniano que nos deu belos
trabalhos como “A Separação” (2011), Asghar Farhadi. “O Apartamento” foi
premiado no último Festival de Cannes, como o melhor roteiro e melhor
intérprete para Shahab Hosseini – o papel de um ator que interpreta a peça “A
Morte do Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller.
É provavelmente um dos melhores filme da
semana. Pela maestria em termos de direção e pelo nervosismo da história, que
guarda um curioso parentesco com os filmes policiais americanos dos anos de
1940, mostrando com a cultura se movimenta em ciclos, ao longo do tempo.
O cinema quase sempre procura lançar a
sua imaginação para momentos cada vez mais distantes no tempo. Imagine um
futuro em que os humanos estão colonizando outros planetas e enviam uma
espaçonave sem tripulantes para um local extremo do universo. São cinco mil
passageiros que viajam dormindo por 130 anos até chegarem ao seu destino, que á
uma colônia.
Mas acontece uma pane inesperada e um
casal desses viajantes é despertado de seu sono criogênico 90 anos antes do
tempo programado. E assim precisam salvar a nave como um todo, além de suas
próprias vidas. O diretor é o mesmo Morten Tyldum, responsável pela excelência
de “O Jogo da Imitação” (2014). Além do casal Jennifer Lawrence e Chris Pratt,
o elenco é formado por Michael Sheen, no papel de um robô que é o barman da
espaçonave. Temos aqui uma boa história e um verdadeiro show de design e
efeitos especiais – dois ingredientes indispensáveis para um bom filme de
ficção científica.
O ano mal começa e já enfrentamos uma
quantidade bem maior de títulos sobre os quais temos condições de comentar. De
modo que hoje falamos de apenas dois deles. E deixamos os outros quatro para amanhã.
Até lá.
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