Fábio Porchat (esq.) e Leandro Soares (dir.) em cena do longa
Logo
nas primeiras imagens e diálogos do filme, já se escutam as primeiras
gargalhadas. Isso não determina, mas indica para a comédia “Tamo Junto”
que se inicia uma possibilidade de acerto. Os momentos seguintes mostram-se
ainda mais promissores. É quando os tipos principais do enredo começam a ser
apresentados: um rapaz simpático e boa pinta, mas incompetente por inteiro, e
seu amigo de infância. Esse então uma nulidade completa, que tem aquele garotão
como ídolo e modelo de virilidade. Não estamos falando da dupla Jerry Lewis e Dean Martin, mas de comediantes brasileiros da nova geração.
E essa
nova dupla é formada pelo digamos... “galã” Leandro Soares e pelo clow e também
diretor do filme Matheus Souza. Esse então é uma figura notável porque, além de
ser naturalmente engraçado, é capaz de elaborar um texto cômico e inteligente,
em especial por evitar clichês e lugares comuns. Aliás, a comparação com Jerry
Lewis não se aplica inteiramente, porque o humor de Matheus Souza é mais verbal
do que físico. Ele faz o tipo do sujeito inadequado ao mundo real: um nerd de
quase 30 anos que ainda guarda os videogames com os quais brincava na infância.
Em 2008 Matheus teve um sinal claro de reconhecimento, quando o seu trabalho “Apenas
o Fim” ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival do Rio. Ou
seja, teve a aprovação de um público bem volumoso. E em seguida, trabalhando
com Domingos de Oliveira em “BR 716”, recebeu do mestre um elogio igualmente de
peso. Para Domingos, Matheus é o melhor ator e autor de sua geração. A
propósito há vários elementos comuns entre “Tamo Junto” e o último filme de
Domingos, que é “BR 716”.
Matheus Souza, Alice Wegmann, Sophie Charlotte e Leandro Soares formam o elenco
Se nos anos de 1960, Domingos de Oliveira se valia do encanto de Leila Diniz,
Matheus investe na beleza e na comunicabilidade de Sophie Charlotte. Ao lado
dela, aliás, ele começou a carreira ainda muito jovem no Teatro Tablado. A
propósito, a atuação de Matheuz lembra um pouco a de Woody Allen, no começo da
carreira, e a de Paulo José, em clássicos como “Todas as Mulheres do Mundo”. Ambos
os filmes giram em torno do apartamento dos pais, em que os personagens
aprontam as peripécias que fazem o roteiro do filme. Em resumo: há esperança
para a comédia brasileira.
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