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segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Sob a Névoa da Guerra", exibição e debate dia 09 de abril, no MIS-SP


Em harmonia com o Festival Internacional de Documentários "É Tudo Verdade" que acontece na cidade até o dia 14, o 1º Ciclo de Cinema e Política promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas e pela Pró-Reitoria de Cultura e Extensão da Universidade de São Paulo, será exibido e debatido no Museu da Imagem e do Som de São Paulo SOB A NÉVOA DA GUERRA, Oscar de melhor documentário em 2004. Hoje ás 7 da noite, com entrada franca, o filme será debatido por Sergio Adorno, diretor da FFLCH da USP, e Antonio Pedro Tota, professor de História Contemporânea da PUC-SP, com mediação minha e participação de J A Moisés
The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara

(EUA, 2004, 107 min. 12 anos)
Direção de Errol Norris. 
Oscar de melhor documentário; Melhor documentário pela National Film Board (USA),
Debatedores: Sérgio Adorno (coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP)
e Antonio Pedro Tota (professor de História Contemporânea da PUC-SP
Personagem central deste documentário, Robert McNamara foi secretário de Defesa dos governos John Kennedy e Lyndon Johnson. Presenciou, portanto, algumas das crises políticas internacionais mais agudas e cruciais do século XX. Com esse filme somos levados a encarar o fato de que na democracia contemporânea, gravíssimas decisões ficam perigosamente a cargo de poucos indivíduos. Neste caso, o protagonista revela como o mundo escapou de uma 3ª guerra mundial e nuclear “por mera sorte” e não por conta da racionalidade da diplomacia ou da política norte-americanas.  
Com trilha sonora original de Philip Glass, o filme ganhou o Oscar de melhor documentário. A expressão "névoa da guerra", popularizada por Carl von Clausewitz em seu livro Da Guerra(1832) indica a nuvem de incerteza que envolve um conflito complexo como é uma guerra, logo antes de eclodir. O filme mostra a trajetória de Robert Mcnamara, secretário de defesa dos Estados Unidos entre 1961 e 1968, por meio de imagens de arquivo, de gravações da Casa Branca e, principalmente, de uma entrevista com McNamara aos 85 anos de idade. A entrevista aborda a participação de McNamara como um dos "Whiz Kids" durante a Segunda Guerra Mundial e como presidente da Ford. O destaque, porém, é para o seu envolvimento na Guerra do Vietnam, enquanto secretário de defesa dos presidentes John  Kennedy e Lyndon Jonhson . Dessa época, são mostrados impressionantes trechos de gravações de reuniões secretas no salão oval da Casa Branca. 
Durante uma palestra na universidade de Berkeley na California, Morris disse que teve inspiração para criar o filme após ler o livro de 2001 escrito por McNamara “Reduzindo o risco de conflito, matança e catástrofe no século 21”. A ideia de organizar o filme em “11 lições” se originou do livro de McNamara In Retrospect: The Tragedy and Lessons of Vietnam, de 1996 (“Em retrospecto: a tragédia e as lições do Vietnam”). Morris estruturou o filme em função das lições que McNamara menciona durante aquela entrevista, que durou mais de 20 horas. Essas lições atribuem uma estrutura a “Sob a névoa da guerra”. Elas, no entanto, não foram explicitamente criadas por McNamara e, após a conclusão do filme, McNamara respondeu a Morris complementando as 11 lições do filme com outras 10 lições escritas por ele próprio. 
McNamara conta como se destacou na escola e a sua habilidade para cálculos e mensurações estatísticas. De como graças a isso ele e a equipe de calculistas sob o comando do Major-General  Curtis Lemay melhoraram a eficiência do bombardeio ao Japão durante a IIª Guerra Mundial, calculando uma melhor altura de voo para o lançamento das bombas incendiárias que em 1945 devastaram Tóquio e outras cidades. Depois da guerra McNamara foi para a presidência da Ford, onde usou seus conhecimentos matemáticos para melhorar o desempenho da produção e das vendas da companhia. Entrou para o governo no posto de Secretário da Defesa em atenção a um convite do presidente Kennedy. Dessa época McNamara fala da crise com Cuba, no início dos anos de 1960, e afirma que Fidel Castro  lhe confidenciara, décadas depois, que já havia mísseis atômicos na ilha, não detectados pelos americanos.

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