O Programa Cinema Falado está em Recife, acompanhando o 17º Cine
PE, o maior festival de cinema do país, colocando em competição até o dia 02 a
mais recente e inédita safra de filmes brasileiros. Com uma plateia de mais de
2 mil pessoas, é possível perceber de modo imediato a receptividade de cada
filme junto ao público. Em matéria de ficção, até agora vimos duas comédias: “Giovani Improtta” de José Wilker e “Vendo ou Alugo”, de Betse de Paula. Sem a menor sombra de dúvida, o
melhor deles é o dessa talentosa diretora brasiliense, irmã de Marcos Palmeira, e
produzido por Marisa Leão que tem se mostrado vitoriosa em praticamente todas
as iniciativas – desde épicos políticos dos anos de 1980, como “O Homem da capa
preta” e os blockbusters cômicos da atualidade, como “De pernas pro ar”.
Desta
vez a ousadia de Marisa é enfrentar as evidentes dificuldades de uma comédia montada
sobre o movediço terreno dos indicadores sociais contemporâneos – como a
violência urbana, que inclui a chamada guerra contra o tráfico – e construída a
partir de personagens extraídos diretamente do mundo real e que, mesmo assim,
sejam capazes de provocar o riso de qualquer um. Esta é, aliás, a essência das
tradicionais chanchadas dos anos 1940 e 1950 que Marisa Leão recupera neste projeto
do qual, sabiamente, ela participa também como roteirista junto com a diretora,
para focalizar com o máximo de humor e senso crítico as encrencas de uma família de quatro
mulheres interpretadas por Marieta Severo e Sílvia Buarque (mãe e filha na vida
real), além de Natália Timberg e a jovem Bia Morgana (filha da diretora na vida
real). Ou seja, temos sim vida inteligente na comédia brasileira.
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