É quase impossível reconhecer a presença de Bryan
Singer na direção de “Jack – o caçador de gigantes” – uma tentativa de fazer um
filme de cinema a partir de um conto de fadas de irlandês amplamente conhecido:
a
história de João e o pé de feijão, na qual feijões encantados geram uma árvore
que dá acesso a um mundo de gigantes instalado acima das nuvens. Mesmo
sem ter uma temática ou um estilo que o identifique em termos de autoria, esse
realizador de 48 anos já mostrou um trabalho maduro e inteligente em títulos
como “Os Suspeitos” (1995), “Operação Valkíria” (2008) e a própria série “X
Men” (2003 e 2011) baseada nos quadrinhos de Stan Lee e Jack Kirby.
Agora ele
se comporta mais como diretor de trânsito, lutando para fazer com os atores de
carne e osso consigam contracenar com centenas de figuras de animação que
dominam a tela. Apesar do empenho de atores como Stanley Tucci, perfeito como
vilão, e Ewan McGregor movendo-se com entusiasmo sob uma armadura de cavaleiro medieval,
ao enredo faltam dinamismo e concisão. Algumas passagens importantes da
história original foram cortadas, provavelmente, para reduzir a duração do
filme. Isso se percebe pela cena em que o herói entra num quarto em que o
gigante guarda a riqueza produzida pela galinha dos ovos de ouro, bem como a
harpa mágica, que aparece de relance.
Mas há um aspecto curioso nesta história
à qual o roteirista de quadrinhos Bill Willingham tem dado a devida importância,
na série “João das Fábulas”, já nas bancas de jornal. O protagonista é tratado
por ele como um malandro sem escrúpulos nem moral, porque consegue vencer o
gigante seduzindo a sua esposa e roubando-lhe a galinha e a harpa mágicas antes
de assassiná-lo.
JACK – O CAÇADOR DE GIGANTES
Jack, the Giant Slayer
EUA, 2013, 114 min, 10 anos
estreia 29 03 2013
gênero aventura/ fantasia
Distribuição: Warner Bros.
Direção: Bryan Singer
Com Nicholas Hoult, Ewan McGragor, Stanly Tucci, Eleanor Tomlinson
COTAÇÃO
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REGULAR
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