“Marcados para Morrer” pode até ganhar um bom número
de espectadores, talvez por conta de Jake Gyllenhaal, o bom ator para sempre marcado
como o caubói gay de “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005). Os outros
intérpretes são quase desconhecidos, inclusive o hispânico Michel Peña que se
destacou no volumoso elenco de “Crash no Limite” (2005). Os dois formam um time
de guardas de Los Angeles, dos mais comuns, ou seja, aqueles patrulheiros fardados
que ficam circulando de automóvel pela cidade e só têm autonomia para combater delitos
municipais. Sim, porque nos Estados Unidos, os crimes são escalonados de acordo
com as esferas estatais e os policiais se dividem conforme a competências que exercem.
Tráfico de drogas ou de escravos, por exemplo, são crimes federais. Em seu
cotidiano, porém, a mencionada dupla incomoda uma quadrilha ligada a um cartel
mexicano e dedicada a ambos os crimes. Em resultado disso, eles passam a
amargar a condição designada pelo título do filme.
A história se resume a isso,
mas o filme ambiciona se diferenciar em termos de linguagem e adota o estilo do
“falso documentário” – rodado com câmara subjetiva de mentira e celebrizado com
“A Bruxa de Blair” (1999). Como “novidade” nesse esquema, um dos policiais desenvolve
um “projeto documental” e grava tudo o que faz, com diversos tipos de câmara. O
mais ridículo é que os bandidos fazem o mesmo – até porque, se não fosse assim,
não haveria filme. As cenas de violência não precisariam ser registradas com
tanta crueza, os diálogos não teriam que ser tão banais, e nós não seríamos constrangidos
a percorrer as quebradas de Los Angeles naquele carro de polícia, ouvindo música
ruim e conversa fiada.
MARCADOS PARA MORRER
End of Watch
EUA, 2012
gênero drama /policial
estreia 09 11 2012
direção David Ayer
com Jake Gyllenhaal e Michel Peña
COTAÇÃO
**
REGULAR
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