Cena do acre drama de Kim Ki Duk, bem recebido na Mostra de SP desse ano
Aos 56 anos, o cineasta sul coreano Kim Ki Duk é um dos criadores mais importantes do cinema oriental. Nesta 40ª Mostra, ele nos apresentou um filme de grande impacto humano e político: “A Rede”. Deverá ser um dos 24 sucessos que ele obteve em sua carreira, durante a qual colecionou 48 prêmios em festivais internacionais - dos quais se salientam Berlim, Cannes, Veneza e Chicago. Menos de meia dúzia, porém foram lançados comercialmente no Brasil, como “O Arco”, “Casa Vazia” e “O Amor Contra a Passagem do Tempo”
Depois de capturado, o pescador é detido e tratado como se fosse um espião. Enviado para a capital do país, a moderna e progressista Seul, ele se recusa a até mesmo abrir os olhos. No trajeto em direção à policia, ele tem medo de ver qualquer coisa que mais tarde o incrimine. Seu medo é ser suspeito de espionagem, mas é exatamente isso que acontece em seguida. Por azar, pouco tempo antes os sulistas tinham capturado um nortista que fingira ter se convertido ao regime de Seul, causando constrangimento às autoridades locais.
O diretor Kim Ki Duk ostenta seu Leão de Ouro do Festival de Veneza
Nesta parte do filme o protagonista critica o capitalismo e a democracia, mas ao regressar para o norte, depois de uma campanha promovida pela imprensa sulista, ele terá a oportunidade de sentir na carne a rigidez em vigor na sua terra natal. Em termos estruturais, o drama narrado em “A Rede” lembra o primeiro artigo acadêmico escrito em 1945, pelo sociólogo Florestan Fernandes. Contava a triste história de Tiago Marques Aipobureu, um índio bororo que ao retornar à tribo, após habituar-se com o modo de vida urbano e ocidentalizado, não foi mais aceito pela comunidade.
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