“Rudo e Cursi” é uma engraçadíssima comédia mexicana produzida por profissionais de alto prestígio, como Guillermo del Toro (“O Labirinto do Fauno”) , Alejandro Iñarritu (“Babel”) e Alfonso Cuarón (“Filhosda Esperança”). Mas fracassou nos EUA e no Brasil foi lançado apenas em DVD. Uma possível explicação reside no fato do filme fazer uma crítica cruel e contundente ao mundo do futebol – esporte que os americanos desprezam e os brasileiros idolatram. A linha é realista, com um toque caricatural, ou seja, uma narrativa satírica que carrega um pouco nas tintas. Mesmo assim, mostra forte semelhança com o acontece aqui no Brasil. Interpretados pelos competentes Diego Luna e Gael Garcia Bernal, dois irmãos paupérrimos, econômica e culturalmente, trabalham de carregadores numa plantação de banana.
Ignorantes, grosseiros e sem um pingo de educação, ambos são contratados para jogar futebol na capital e acabam fazendo sucesso: um como atacante e outro como goleiro, em times diferentes. Mesmo roubados por seu empresário, eles ganham rios de dinheiro. Uma fortuna que é totalmente empregada em automóveis de luxo, drogas, jogos de azar, mulheres desonestas e vaidades pessoais. O personagem de Garcia Bernal, por exemplo, faz de tudo para se tornar um cantor e se apaixona por uma apresentadora de TV de quinta categoria, que destrói o mínimo que possuía em termos de auto-estima. Até aí, a comédia se parece com um documentário. Mas o roteirista e diretor Carlos Cuarón (“E sua mãe também”) cria uma engenhosa trama pela qual os irmãos entram num conflito que vai se resolver de forma hilariante em pleno campo. Uma sequencia em que se combinam suspense e comédia, como poucas vezes se viu no cinema. Merece quatro estrelas...
Um comentário:
Gostei, vai ser o meu primeiro filme mexicano contemporâneo.
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