“Tudo pelo Poder” é um admirável trabalho autoral de George Clooney, produzido em parceria com Leonardo di Caprio. Além disso, Clooney escreve o roteiro, dirige e interpreta um dos papéis principais neste drama que tem como tema o maquiavelismo e a desonestidade envolvida numa campanha presidencial. Ele faz o papel de um candidato democrata, cujo discurso assumidamente populista é cativante demais para ser verdadeiro. O protagonista, porém, é um de seus mais jovens e idealistas assessores, interpretado por Ryan Gosling. Durante a maior parte do filme, ele se coloca em conflito com o veterano e pragmático coordenador da campanha vivido pelo craque Phillip Seymour Hoffman e também com personagem de Paul Giamatti -- o calejado assessor de outro político que disputa a indicação pelo partido para concorrer à presidência.
Pode parecer uma reedição do clássico “A Grande Ilusão” de 1949 e refilmado em 2006 com Sean Penn, que aborda um assunto semelhante, mas este “Tudo pelo Poder” discute questões bem mais contemporâneas. Por exemplo, as alianças espúrias firmadas com o objetivo de chegar ao poder, como o título brasileiro já explicita. No entanto o título original “Os idos de março” sugere melhor o cerne da trama. Essa expressão tem origem na Roma antiga e significa o dia 15 de março, em que Julio Cesar foi assassinado pelos senadores, pondo fim a uma ditadura corrupta e de base populista na república romana. Em suma, o filme propõe uma identificação entre o personagem de Clooney e o astuto demagogo que foi Julio Cesar. Na verdade, a premissa do roteiro é que os corruptos acabam caindo, mais cedo ou mais tarde, de um modo ou de outro.
2 comentários:
Mais UM que infelizmente não entrou em cartaz aqui em Jundiaí!!!
belo texto,gostaria que você visita-se o meu blog para que você o critica se ele para mim.
http://apared.blogspot.com
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