Hoje em dia os filmes de horror viraram piada, porque nada se compara com o sangue que brota todo o dia nas manchetes de jornal. Dráculas e outros monstros se transferiram para títulos românticos consumidos por adolescentes. O suspense também perdeu o interesse porque todo o mundo sabe que, no final, tudo dá certo. Mas o cinema ainda guarda a capacidade de emocionar as platéias. O problema é o tipo de emoção que os filmes despertam, algumas bem mais sutis do que outras. Digo isso a propósito de “Melancolia”, o filme mais triste dos últimos tempos que, misteriosamente, foi maculado no seu lançamento em Cannes pelo próprio diretor Lars Von Trier. O blues, a voz de Billie Holiday, os poemas de Byron induzem a esse sentimento cujo nome está no títuki do filme, intangível porque não se explica e incurável porque não tem origem conhecida.
O impacto, literalmente falando, já se antecipa logo na seqüência de abertura, com impressionantes painéis pictóricos fotografados em câmara lenta e os plangentes acordes do prelúdio de Wagner em “Tristão e Isolda”. Aliás, esse é praticamente o único tema musical do filme a se repetir a cada aproximação do final anunciado, fazendo crescer a aflição do público e de alguns personagens. Há um parentesco entre este e outro filme dinamarquês do conterrâneo fundador do movimento do "dogma", Thomas Vinterberg, que é “Festa de Família” (1998). Porque tudo se passa durante a festa de casamento da protagonista interpretada por Kirsten Dunst, com justiça premiada em Cannes como melhor atriz. Aliás, é a segunda artista a quem o diretor abre o caminho para o mesmo prêmio em dois anos. A outra é Charlotte Gainsbourg, que trabalhou em “Anticristo” (2009) e que também está no elenco de “Melancolia”, junto com intérpretes de primeira linha, como Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling e Stellan Skarsgard.
Todos estão reunidos para festejar o casamento que se inicia alegremente, mas aos poucos a noiva é atacada por aquele mal de que falamos e passa a arruinar a festa passo a passo, até que o enlace é cancelado. Tudo isso é mostrado de modo ágil, com a câmara na mão, menos nos momentos em que a personagem se relaciona com as estrelas e nota o brilho de uma delas em especial. Trata-se de um planeta que vem se aproximando da Terra e que, segundo os astrônomos, deverá passar ao largo, ainda que na internet as postagens mais numerosas anunciem o fim do mundo. A nós só resta compartilhar com eles essa dúvida e as maneiras como cada um reagem a ela. É de fato uma narrativa simples, mas que possibilita diversas leituras. Alguns mencionam uma reinterpretação do mito medieval de Tristão e Isolda, em que o amor se realiza só (ou até) na morte. Outros falam em metáfora das experiências de perda que, por todo o mundo, vêm superando as de crescimento e conquista. E há os que identificam aí aquela mesma premonição de abismo, aquele sabor de amargura sugerido pela certeza de tudo está sempre por um fio.
O impacto, literalmente falando, já se antecipa logo na seqüência de abertura, com impressionantes painéis pictóricos fotografados em câmara lenta e os plangentes acordes do prelúdio de Wagner em “Tristão e Isolda”. Aliás, esse é praticamente o único tema musical do filme a se repetir a cada aproximação do final anunciado, fazendo crescer a aflição do público e de alguns personagens. Há um parentesco entre este e outro filme dinamarquês do conterrâneo fundador do movimento do "dogma", Thomas Vinterberg, que é “Festa de Família” (1998). Porque tudo se passa durante a festa de casamento da protagonista interpretada por Kirsten Dunst, com justiça premiada em Cannes como melhor atriz. Aliás, é a segunda artista a quem o diretor abre o caminho para o mesmo prêmio em dois anos. A outra é Charlotte Gainsbourg, que trabalhou em “Anticristo” (2009) e que também está no elenco de “Melancolia”, junto com intérpretes de primeira linha, como Kiefer Sutherland, Charlotte Rampling e Stellan Skarsgard.
Todos estão reunidos para festejar o casamento que se inicia alegremente, mas aos poucos a noiva é atacada por aquele mal de que falamos e passa a arruinar a festa passo a passo, até que o enlace é cancelado. Tudo isso é mostrado de modo ágil, com a câmara na mão, menos nos momentos em que a personagem se relaciona com as estrelas e nota o brilho de uma delas em especial. Trata-se de um planeta que vem se aproximando da Terra e que, segundo os astrônomos, deverá passar ao largo, ainda que na internet as postagens mais numerosas anunciem o fim do mundo. A nós só resta compartilhar com eles essa dúvida e as maneiras como cada um reagem a ela. É de fato uma narrativa simples, mas que possibilita diversas leituras. Alguns mencionam uma reinterpretação do mito medieval de Tristão e Isolda, em que o amor se realiza só (ou até) na morte. Outros falam em metáfora das experiências de perda que, por todo o mundo, vêm superando as de crescimento e conquista. E há os que identificam aí aquela mesma premonição de abismo, aquele sabor de amargura sugerido pela certeza de tudo está sempre por um fio.
MELANCOLIA
Melancholia
Franca/ Alemanha, 2011, 136 min, 14 anos
estreia 05 08 2011
gênero drama / fantasia
Distribuição: California Filmes
Direção: Lars Von Trier
Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland
COTAÇÃO
* * * * *
EXCELENTE
Melancholia
Franca/ Alemanha, 2011, 136 min, 14 anos
estreia 05 08 2011
gênero drama / fantasia
Distribuição: California Filmes
Direção: Lars Von Trier
Com Kirsten Dunst, Charlotte Gainsbourg, Kiefer Sutherland
COTAÇÃO
* * * * *
EXCELENTE
5 comentários:
Fiquei vivamente interessado no filme, embora todo cuidado com Lars von Trier é pouco
Depois de anticristo, tudo é possível com Lars.
Parabéns pelo site.
Obrigado amigos. Assistam e depois digam se estava errado...
Luciano, que filme sensacional, não? Olha, tô circulando sua crítica no Facebook. Aliás, você está por lá?
Bjs
Dani
Depois de assistir,tomei um bom vinho e fui tentar dormir.Adorei!!
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