O governo russo decidiu investir uma parte maior de sua verba destinada ao setor cinematográfico na construção de novas salas de cinema. Com isso, o dinheiro para produção de filmes russos diminuiu. A situação na Rússia é bem semelhante à do Brasil, onde faltam incentivos à expansão do mercado exibidor e à formação de público. Os governos locais historicamente favorecem a produção em detrimento à exibição, e a participação de mercado do cinema nacional no circuito é mais ou menos a mesma. Investir em novas salas exibidoras, especialmente nas periferias e pequenas cidades, com preços acessíveis de ingresso, parece fazer mais sentido do que financiar mais filmes. A democratização do equipamento audiovisual facilitou a produção de conteúdo, mas construir e gerebciar uma sala exibidora é ainsa algo mais complicado e que, somente com ajuda estatal, vem sendo realizada em território russo.
Essa notícia, porém, tem um lado desfavorável que é o fato dessas novas medidas trazerem algum risco para a iniciativa de produtores russos e brasileiros, no sentido de colocar em prática um acordo de co-produção de filmes que foi assinado no ano passado. Já existe até um primeiro projeto em andamento, coordenado pela Câmara Brasil-Rússia que é um épico reconstituindo a incrível expedição do Barão Langsdorff ao Brasil no século 19, financiada pelo império russo: uma viagem científica que percorreu o país a pé, de São Paulo até o Amazonas. Esse texto está ilustrado com imagens ligadas àquela expedição. A abertura, uma aquarela de Adrien Taunay, o desenhista francês que morreu afogado no trajeto. A imagem retrata o rio Cubatão, perto de Santos, tal como era em 1825. Na figura acima, um trabalho de seu substituto Hercules Florence, documentando os apiacás (hoje apenas um nome de rua no bairro de Perdizes, em São Paulo). Abaixo, um selo comemorativo de 1992, mostrando a efígie do barão e o trajeto que ele percorreu. Que filme sensacional essa aventura daria!
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