Nesta semana, o massacre da noite de São Bartolomeu completa 439 anos. Aconteceu em Paris entre os dias 23 e 24 de agosto de 1572. Aquele foi um período complicadíssimo na França – os estertores do regime feudal que ainda fragmentava o país, às vésperas de se consolidar como uma monarquia nacional e absolutista. Numa pintura de época, vemos o registro do horror, captado de perto pelo filme, escrito e dirigido por Patrice Chéreau, mais reconhecido na França como diretor de teatro do que de cinema.
Só naquela noite foram assassinados quase seis mil protestantes calvinistas, os chamados huguenotes, que consistiam num setor na burguesia em ascensão e numa ala da aristocracia francesa. Nos meses seguintes, os assassinatos continuaram, chegando a dezenas de milhares. Por ser particularmente impressionante para pessoas mais sensíveis e espiritualizadas, o fato foi tema de livros de Allan Kardec e da canção “Guerra Santa”, de Gilberto Gil.
A matança só terminaria em 1594, por vontade do rei Henrique IV. Na pele de Daniel Auteuil (acima), esse monarca aparece no filme “A Rainha Margot” que a Versátil acaba de lançar em DVD. Isabelle Adjani (acima) ganhou o prêmio de melhor atriz em Cannes em 1994, por sua atuação no papel da filha da maquiavélica florentina Catarina de Medicis que foi obrigada a se casar com o líder dos protestantes, ou seja, o futuro rei Henrique IV, que conseguiria pacificar o país. Baseado em livro de Alexandre Dumas, o roteiro narra em detalhes a noite de São Bartolomeu, atribuindo o mando daquele crime coletivo à pérfida rainha mãe Catarina de Medicis, interpretada com brilhantismo e empenho por Virna Lisi (abaixo)
Em termos históricos, o filme é impecável, ainda que o texto de Dumas tenha carregado nos aspectos romanescos da narrativa. Na imagem abaixo, uma pintura de Margarida de Valois (Margot), tal como devia ser na realidade.
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