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quinta-feira, 26 de março de 2015

Faltou uma pimenta em "O Sal da Terra" de Wim Wenders sobre Sebastião Salgado

Aos 70 anos, o alemão Wim Wenders já fez dezenas de filmes de ficção, alguns deles considerados clássicos indiscutíveis, como “Paris Texas”, de 1984, e “Asas do Desejo”, de 1987. A maioria dos prêmios internacionais que ele conquistou, no entanto, vieram em função de documentários, como esses três indicados ao Oscar: “Buena Vista Social Club” de 1999, “Pina” de 2011 e “O Sal da Terra” que estreia 26 03 2015.

(https://www.youtube.com/watch?v=pG3YLpZKomE  )
Seus temas preferidos focalizam o trabalho e a trajetória de artistas. Os músicos cubanos até então esquecidos em “Buena Vista”; a obra de uma excepcional coreógrafa registrada em 3D em “Pina”; e agora a biografia do brasileiro Sebastião Salgado cuja arte se faz em duas dimensões, apenas com luz e sombra. “O Sal da Terra” obedece à linha evolutiva da obra de Salgado, que se iniciou motivada pela indignação política e depois foi se voltando para uma postura de êxtase perante a beleza do planeta.


(https://www.youtube.com/watch?v=nbNAXC8kqT0  )
A estrutura do filme, portanto, é linear e o ponto de vista que reina absoluto no roteiro é o do próprio fotógrafo. Uma das raras sacadas cinematográficas do filme é uma relação de plano e contraplano que o cineasta constrói entre Salgado e as suas fotos. Ou seja, quando o fotógrafo fala de uma determinada imagem, está também olhando para a câmara de Wenders que se acha posicionada por traz da fotografia sobre a qual se fala. Em suma, este não é o melhor documentário de Wim Wenders, que adota aqui uma postura passiva e elegíaca em face de seu objeto.


(https://www.youtube.com/watch?v=QZWzlaG-kSM )
Não se compara, por exemplo, ao monumental "
Anotações sobre cidades e roupas" que ele fez em 1989 e que foi lançado aqui no Brasil somente em DVD, com o título de “A Identidade de Nós Mesmos”. Aquela era uma obra ensaística em que Wenders colocava em confronto a imagem digital e a analógica, discutindo profundamente o embate entre a película de cinema e a gravação em vídeo. Em suma em ¼ de século, alguns progridem em sua arte – como Salgado, enquanto outros regridem – como Wenders. 

estreia
26 03 2015
nossa cotação
***
B O M 

5 comentários:

Enaldo Soares disse...

Sebastião Salagado faz sempre a mesma coisa. Certa vez ele disse em uma palestra: "Todo mundo devia estudar Geografia" Quem viu uma foto viu todas. O talento a serviço da repetição do realismo socialista.

Luciano Ramos disse...

Concordo com o que você disse. É um cara superestimado

Luciano Ramos disse...

Concordo com o que você disse. É um cara superestimado

Bruna disse...

Sempre a mesma coisa? O carinho e respeito com que ele contempla cada pessoa e historia que clicou mostram a escolha a dedo na hora de seu registro. Ele vê as pessoas e sentiu na alma um pouco de cada vida que ele fotografou. Vocês entendem mesmo o significado do trabalho dele?
E sinceramente acho que o documentário foi abordado de forma corretíssima diante de um conceito tão delicado. Achei maravilhoso!

Thomaz William_f22 disse...

Concordo e discordo. A imagem se tornou prosaica não o coração do Sebastião. Já publicou bastante e continua buscando caminhos nenhum deles só em prol de vender mais uma imagem. De qualquer forma qualquer coco que ele fizer vai virar livro.