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Quarta feira, dia 27, às 19 horas no MIS-SP, debate após exibição de "Leões e Cordeiros"
LEÕES E CORDEIROSLions for Lambs(EUA – 2007, 92 min.
14 anos) Direção de Robert Redford. Com Tom Cruise, Meryl Streep, Peter Berg,
Andrew Garfield, Michael Peña e Robert Redford.
DEBATEDORES:
Jaime Pinsky (historiador) e Miguel de Almeida (jornalista)
A partir de um
mesmo momento histórico, isto é, a chamada Guerra do Afeganistão, o enredo
permite observar diferentes formas de pensar a política: como ideologia (uma dupla de jovens combatentes alistados voluntariamente); como
estratégia eleitoral ou de conquista do poder (um candidato à presidência da república); como objeto de análise
jornalística ( uma repórter que entrevista esse político) ou como
matéria de pesquisa científica (um professor universitário e seu
discípulo).
Diretor bissexto, Robert Redford vem filmando de um modo cada vez mais sério e
engajado em causas públicas. Depois deste, em 2010 ele faria o excelente
“Conspiração americana” sobre um erro judiciário que ocorreu no julgamento dos
assassinos do presidente Abraham Lincoln. Desde o ano 2000, Robert Redford
estava sem dirigir filmes. Foi preciso um processo de convulsão política como o
que os Estados Unidos vêm atravessando há décadas, para estimular o ator,
militante do cinema independente, ativista de causas humanitárias e mecenas da
criação cinematográfica a se colocar novamente na posição de diretor.
Trata-se de uma obra abertamente intelectual, no sentido que o pioneiro
Eisenstein atribuía a esse adjetivo. Um filme que não se ocupa apenas de
coisas, porque discute ideias. Não se limita a relatar eventos, mas coloca em
questão princípios éticos e morais. No roteiro escrito pelo mesmo Matthew
Michael Carnahan de “Intrigas de Estado”, observa-se
praticamente uma única ação desenvolvida em tempo real, um único conflito de
posturas que ocorre ao mesmo tempo em três pontos diferentes: numa montanha do
Afeganistão, no gabinete de um senador republicano e na sala de um professor de
ciência política em Berkeley.
Todos os personagens colocam seus pontos vista com lógica racionalidade,
levando-nos a questionar a secular e discutível diferenciação entre as noções
de “esquerda” e “direita”. A dualidade contida no título “Leões e Cordeiros”ultrapassa –
em complexidade de conteúdos e simbolismo – essa tradicional dicotomia
originada na Revolução Francesa do século XVIII, quando os representantes da
nobreza e do “terceiro estado” escolheram os lugares que ocupariam no salão da
Assembleia Nacional.
Em cada um dos locais de filmagem, há sempre dois personagens em confronto: no
Afeganistão, dois jovens universitários que se ofereceram como voluntários para
lutar na guerra enfrentam um batalhão de talibãs que os prenderam numa
emboscada. Em Washington, o senador Tom Cruise, candidato à presidência da
republica, explica para a jornalista Meryl Streep uma nova estratégia militar
contra o terrorismo. E na universidade, o professor Redford procura convencer
seu melhor aluno a não abandonar o estudo de política. Essas dimensões se
articulam num mesmo debate em que se defrontam todas as dúvidas e certezas experimentadas pelos cidadãos americanos e seus líderes, desde Thomas Jefferson.
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