INTRIGAS DE ESTADO
State of Play (EUA / UK – 2009, 127 min. 14 anos)
Direção de Kevin MacDonald.
Com Russel Crowe, Ben Affleck, Helen Mirren, Rachel McAdams e Jeff Daniels.
State of Play (EUA / UK – 2009, 127 min. 14 anos)
Direção de Kevin MacDonald.
Com Russel Crowe, Ben Affleck, Helen Mirren, Rachel McAdams e Jeff Daniels.
Melhor
ator para Russel Crowe, pelo Instituto Australiano do Filme
Refilmagem de minissérie inglesa de Paul Abbot agraciada com o Prêmio Edgar
Allan Poe, premiada pelo BAFTA e pela Royal Television Society em 2004
DEBATEDORES
Suzana Singer - ombusdman da Folha de São Paulo
Fernando Limongi - chefe do Departamento de Ciência Política da USP
Mediação de José Álvaro Moisés e Luciano Ramos
Suzana Singer - ombusdman da Folha de São Paulo
Fernando Limongi - chefe do Departamento de Ciência Política da USP
Mediação de José Álvaro Moisés e Luciano Ramos
A trama narra um caso de tentativa de manipulação de um órgão da grande
imprensa por um senador dos Estados Unidos. De forma por vezes insidiosa e
outras vezes direta, o filme mostra como esse papel de controle se manifesta
por meio das relações de poder. Mesmo afetadas, neste caso as instituições democráticas
são visíveis sob a forma de personagens individuais: o protagonista é um
repórter que tenta exercer o seu ofício, apesar das dificuldades pessoais e das
limitações enfrentadas pela empresa jornalística para quem trabalha.
Sob a aparência de um enredo de suspense premiado pela associação de escritores americanos de mistério, em que um jornalista reedita a figura do típico (anti) herói do drama policial dos anos 1940, o chamado film noir, estamos diante de uma obra estruturada sobre as limitações ao direito à informação que ainda se manifestam – mesmo em países que se consideram democráticos. O filme não se aprofunda na mecânica da ilegalidade governamental de maneira geral, mas tece uma trama muito bem informada e esclarecedora das suas ligações com as diversas esferas da sociedade americana. E, além disso, apresenta um modo pelo qual a imprensa poderia enfrentar um arranjo montado por corruptos de dentro e de fora do estado. O protagonista é um repórter veterano interpretado por Russell Crowe. Ele investiga o assassinato da assistente de um congressista vivido por Ben Affleck e que, por acaso, é seu amigo de juventude.
Sob a aparência de um enredo de suspense premiado pela associação de escritores americanos de mistério, em que um jornalista reedita a figura do típico (anti) herói do drama policial dos anos 1940, o chamado film noir, estamos diante de uma obra estruturada sobre as limitações ao direito à informação que ainda se manifestam – mesmo em países que se consideram democráticos. O filme não se aprofunda na mecânica da ilegalidade governamental de maneira geral, mas tece uma trama muito bem informada e esclarecedora das suas ligações com as diversas esferas da sociedade americana. E, além disso, apresenta um modo pelo qual a imprensa poderia enfrentar um arranjo montado por corruptos de dentro e de fora do estado. O protagonista é um repórter veterano interpretado por Russell Crowe. Ele investiga o assassinato da assistente de um congressista vivido por Ben Affleck e que, por acaso, é seu amigo de juventude.
Aliás, o desenho desse jornalista neste filme não mistifica a profissão, ou
seja, não tenta atribuir-lhe um charme que ela de fato nunca teve, e o coloca
sempre pressionado: pelos superiores, como a editora Helen Mirren (preocupada
com as vendas) e pelos subordinados, como a redatora novata Rachel McAdams, que
adoraria ocupar-lhe o espaço na publicação. Aos pouco ele começa a entrelaçar
pistas que o levam a um esquema corporativo montado por políticos, lobistas e
assassinos. Quando, porém, o jornalista se aproxima da verdade, ele precisa
decidir entre arriscar o emprego e a vida ou se render às conveniências do
sistema.
O filme é dirigido pelo competente Kevin MacDonald de “O Último Rei da
Escócia”, mas o elemento criativo da equipe é o hábil escritor Tony Gilroy, do
já clássico “O Advogado do Diabo”. Este é o seu trabalho mais recente como
roteirista e traz em sua carne as cicatrizes ainda abertas da realidade
presente. O filme termina com imagens de uma rotativa imprimindo um jornal,
mostrando que a trama toda acabou estampada em suas páginas. “Intrigas de
Estado” pode ser visto como uma homenagem ao jornalismo e uma escolha ética e
estética de elaborar ficção a partir do que se publica (ou deveria ser
publicado) nos jornais.
Um comentário:
Bom dia.
Sou estudante de Jornalismo e estou fazendo uma matéria sobre um evento no MIS, 1º Clico de Cinema e Política - razões de Estado e qualidade da democracia que acontece nos próximos dias, como ele tem a sua curadoria, gostaria de saber se você poderia me ajudar e esclarecer algumas dúvidas.
Desde já muito Obrigada.
Misleni Graciano
misleni.graciano@hotmail.com
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