Nestes tempos de em que o mensalão é julgado, é bom rever “A
Conspiração americana”, que acaba de ser lançado em DVD. Dirigido por Robert
Redford que em seu tempo foi o maior galã de Hollywood, o filme faz uma
reflexão profunda sobre a própria natureza da democracia norte-americana por
meio de um fato traumático ocorrido logo após a Guerra de Secessão, que foi o
assassinato do presidente Lincoln. O crime foi resultado de uma conspiração de
rebeldes sulistas que pretendiam desestabilizar o governo federal. Ansiosas por
promover a punição exemplar dos culpados, as autoridades de segurança cometeram
exageros, como incriminar a dona da pensão onde os conspiradores moravam.
Naquele contexto, se defrontavam o ministro da guerra (Kevin Kline) que queria
vê-la enforcada junto com os assassinos, e um senador liberal (Tom Wilkinson)
que defendia o seu legítimo direito a um julgamento. Esse tipo de conflito é,
aliás, recorrente na história daquele povo. Foi o que aconteceu, por exemplo,
no tempo do macartismo e nos escândalos de Watergate e Guantánamo. Sem
santificar nem demonizar qualquer desses dois lados, Redford nos apresenta esse
debate político tal como se apresentava naquela fase em que as instituições do
país estavam apenas se formando. Isso poderia redundar numa narrativa tediosa,
não fosse a competência da direção e dos atores, com destaque para James McAvoy
e Robin Wright, nos papéis do advogado e sua cliente. Para quem se interessa
por política e história é indispensável.
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