“A Invenção de Hugo Cabret” é uma produção ambiciosa e realizada com todo o entusiasmo por Martin Scorcese, que tem como missão de vida divulgar o patrimônio cultural do cinema. Ele que financiou a restauração de vários filmes antigos conta a história verídica de como Georges Méliès (1861-1938), um dos pioneiros do espetáculo cinematográfico, chegou à década de 1930 na miséria e completamente esquecido. Ben Kingsley (“Gandhi”) elabora uma cópia quase idêntica da aparência física de Méliès, enquanto Scorcese reconstitui cenas de seus filmes e momentos de suas filmagens como se fossem um delirante parque de diversões. Ele chega a fazer o papel de um fotógrafo que aparece para registrar Méliès, seu estúdio e sua equipe, no auge do processo criativo em que se misturavam circo, aventura, arte e técnica à malandragem do ilusionismo.
Mas tudo no filme acontece por meio de um personagem fictício criado pelo escritor Brian Selznick (da família de David Selznick, produtor de sucessos como “E o Vento Levou”), um menino órfão que vivia escondido na estação de trem onde o velho mago do cinema vendia doces e brinquedos para sobreviver. Até esbarrar com a neta dele (Chloe Moretz de "Deixe ela entrar"). Sempre se esquivando de um policial que o persegue (Sacha Baron Cohen de “Borat”), a meta desse personagem interpretado pelo garoto Asa Butterfield é desvendar o segredo do funcionamento de um autômato movido a corda, como um relógio, que seu pai (Jude Law de “Sherlock Holmes”) tinha construído antes de morrer. O sentido desse boneco animado permanece obscuro quase até o final.
A função do rapaz no projeto, porém, é instaurar um clima de fábula para crianças, repleto de peripécias e correrias, para garantir a necessária identificação com as platéias mais jovens e talvez mais distantes do conhecimento histórico referente à trajetória do cinema ao longo do século XX. É surpreendente como o filme associa a sensação de aventura e risco que marca o início do cinema ao frenesi das narrativas infantis. Naquela mesma época em que se passa o filme de Scorcese, em Hollywood surgia o cinema falado, exilando para a gaveta obras primas como “Metropolis” (1926) do alemão Fritz Lang, no qual a heroína é substituída por um robô sem alma. Uma frase desse filme que se tornou famosa é “sem o coração, não pode haver entendimento entre a mão e o cérebro”. Ou seja, numa interpretação ligada ao tema de “A Invenção de Hugo Cabret”, os avanços da tecnologia como o som e o digital não vieram para anular o que foi feito anteriormente e sim para abrir novas possibilidades de criação.
Mas tudo no filme acontece por meio de um personagem fictício criado pelo escritor Brian Selznick (da família de David Selznick, produtor de sucessos como “E o Vento Levou”), um menino órfão que vivia escondido na estação de trem onde o velho mago do cinema vendia doces e brinquedos para sobreviver. Até esbarrar com a neta dele (Chloe Moretz de "Deixe ela entrar"). Sempre se esquivando de um policial que o persegue (Sacha Baron Cohen de “Borat”), a meta desse personagem interpretado pelo garoto Asa Butterfield é desvendar o segredo do funcionamento de um autômato movido a corda, como um relógio, que seu pai (Jude Law de “Sherlock Holmes”) tinha construído antes de morrer. O sentido desse boneco animado permanece obscuro quase até o final.
A função do rapaz no projeto, porém, é instaurar um clima de fábula para crianças, repleto de peripécias e correrias, para garantir a necessária identificação com as platéias mais jovens e talvez mais distantes do conhecimento histórico referente à trajetória do cinema ao longo do século XX. É surpreendente como o filme associa a sensação de aventura e risco que marca o início do cinema ao frenesi das narrativas infantis. Naquela mesma época em que se passa o filme de Scorcese, em Hollywood surgia o cinema falado, exilando para a gaveta obras primas como “Metropolis” (1926) do alemão Fritz Lang, no qual a heroína é substituída por um robô sem alma. Uma frase desse filme que se tornou famosa é “sem o coração, não pode haver entendimento entre a mão e o cérebro”. Ou seja, numa interpretação ligada ao tema de “A Invenção de Hugo Cabret”, os avanços da tecnologia como o som e o digital não vieram para anular o que foi feito anteriormente e sim para abrir novas possibilidades de criação.
A INVENÇÃO DE HUGO CABRET
Hugo
EUA, 2011, 126 min, livre
estreia 17 92 2012
gênero aventura / história / comédia
Distribuição Paramount
Direção Martin Scorsese
Com Ben Kingsley, Asa Butterfield, Chloe Moretz
Sacha Baron Cohen,Jude Law,Christopher Lee
COTAÇÃO
* * * * *
EXCELENTE
Hugo
EUA, 2011, 126 min, livre
estreia 17 92 2012
gênero aventura / história / comédia
Distribuição Paramount
Direção Martin Scorsese
Com Ben Kingsley, Asa Butterfield, Chloe Moretz
Sacha Baron Cohen,Jude Law,Christopher Lee
COTAÇÃO
* * * * *
EXCELENTE
2 comentários:
O Sr. ainda não assitiu a "2 Coelhos"?
É um ótimo filme. Sua distribuição foi errada, sendo vendido como filme para adolescentes (devidos aos vários efeitos especiais). Mas é um belo drama marginal, com roteiro intrincado que só se revolve no fim. Não foi bem de bilheteria por esse erro. A maoria dos críticos e até a "Veja" aprovou.
Abraço,
Mauricio
Infelizmente não pude ver...
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