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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

"47 Ronins": bela produção americana só com atores japoneses e Keanu Reeves

image 47 ronin07 600x400 47 Ronins transforma épico histórico em conto de fadas digital
Por conta de seu estilo abertamente fantasioso, como um conto de fadas repleto de computação gráfica, pode não parecer, mas “47 Ronins” é também um filme histórico, porque se refere a um episódio que realmente ocorreu no Japão, no ano de 1701, e que o povo daquele país comemora todo o dia 14 de dezembro – data, aliás, em que o filme dirigido pelo novato Carl Rinch foi lançado por lá. Todo o ano, milhares de pessoas visitam o cemitério de Sengakuji, onde aqueles 47 espadachins se acham enterrados junto com o seu mestre Asano Naganori. Esse era um senhor feudal injustamente condenado a cometer sepuku, ou seja, o ritual suicida do arakiri, pelo crime de sacar a espada após ter sido insultado por um parente do xogum, em pleno palácio do governo. 
47 Ronin Official Set Visit Photo Hiroyuki Sanada 600x400 47 Ronins transforma épico histórico em conto de fadas digital
Então, 47 de seus samurais se tornaram ronins, isto é, guerreiros renegados que juraram secretamente se vingar. Este capítulo sangrento da história japonesa gerou centenas de filmes, desde a invenção do cinema. Ganha agora esta sofisticada versão de Hollywood, falada em japonês e inglês, somente com atores nipônicos – entre eles Rinko Kikuchi (“Circulo de Fogo”), Hiroyuki Sanada (“Wolverine – Imortal”) Tadanobu Asano (“Thor”) – e Keanu Reeves (trilogia “Matrix”), num curioso caso de transculturalismo. Traz inclusive uma explicita lamentação ao racismo no Japão do século XVIII. Trata-se da mais bela, rica e mirabolante de todas, misturando realidade política com magia, fantasmas, dragões e outros elementos sobrenaturais extraídos da mitologia japonesa. 
É como se aqui no Brasil, alguém filmasse, por exemplo, o quilombo dos Palmares com orixás e sacis participando do elenco e da trama. O papel de Reeves como um guerreiro mestiço dotado de poderes mágicos é totalmente fictício, mas se encaixa em figuras parecidas com aquelas que foram interpretadas por atores como Toshiro Mifune e Shintaro Katsu, em outras adaptações. Isto é, um ronin andarilho e marginalizado, quase um mendigo, mas essencial ao plano dos vingadores. Os puristas poderão protestar contra esse excesso de liberdades ficcionais, mas quem assistir aos três diferentes filmes japoneses clássicos da saga dos 47 ronins, numa caixa de DVDs recentemente lançada pela Versátil, verá que apesar de uma estrutura básica comum, aquelas três obras se mostram absolutamente diversas umas das outras. Afinal, todo acontecimento histórico comporta diferentes interpretações. Boa parte delas, mesmo sem demônios ou fadas, cheias de fantasia. 

47 RONINS 

47 Ronin 

EUA, 2013, 120 min, 14 anos

estreia 31 01 2014
gênero aventura/ fantasia/ história 
Distribuição Sony Pictures
Direção Carl Erik Rinsch 
Com Keanu Reeves, Hiroyuki Sanada, Kô Shibasaki
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M A

4 comentários:

Enaldo Soares disse...

O trailer no cinema me passou a impressão de ser apenas mais uma bobagem para adolescentes.

Luciano Ramos disse...

Voce confia mais no trailler do que em nosso texto...

Enaldo Soares disse...

Não foi por mal, rs..., eu confio no seu texto.

Anônimo disse...

acabei de assistir o filme, o qual longe de ser "apenas mais uma bobagem para adolescentes" nos conta um pouco da história do mundo oriental, do Japão do período feudal, seus costumes e tradição, dando vida a lenda dos 47 ronins.