Steven Soderbergh declarou que não fará mais filmes.
Se isso for verdade, "Terapia de Risco" seria o seu derradeiro trabalho e ele
estaria fechando a carreira com sobranceira dignidade, por que o filme se
mostra um primor de construção dramática e harmonia entre o elenco e a direção.
A temática gira em torno da crescente farmacopeia dos antidepressivos, cujos
nomes se multiplicam como palavras cabalísticas num tratado de bruxaria:
Celexa, Zoloft, Ziprexa, Delatrex, Ablixa e, é claro, o soberano Prozac. Os
psiquiatras que têm licença para prescrevê-los assumem a função dos antigos
druidas, ministrando poções mágicas em troca de riqueza e poder, ou seja, de
inchadas gratificações por parte dos laboratórios.
Alguns, no entanto, são bem
intencionados como o protagonista (Jude Law) um honesto médico inglês que
compra um apartamento em Nova York e faz meio período num hospital público para
pagar a escola particular do filho. Um “innocent bystander” puro, isto é, o
“espectador inocente” tão usado por Hitchcok em suas obras de suspense. Um indivíduo que nada tem a ver com determinada história até ser arrastado por ela, como um turista atingido por um tsunami. Ele é
designado para tratar uma jovem (Rooney Mara) que tentara o suicídio e, por
isso, acaba se complicando, num verdadeiro cataclismo provocado por ela.
Sorderbergh, no entanto, enriquece esse esquema
proposto por Hitchcok e desenvolve uma trama perfeita, na qual as surpresas se
sucedem de tal forma que a própria narrativa se fragiliza perigosamente, para
se reerguer triunfante no final. Final, que evidentemente, não podemos
comentar. Sim, eu vou explicar isso melhor, mas só na próxima
semana, depois de vocês terem assistido ao filme.
TERAPIA DE RISCO
Side Effects
EUA – 2012 – 114 min. 12 anos.
estreia 17 05 2013
gênero suspense/ psicológico
Direção Steven Soderbergh
Distribuição Diamond Filmes
Com Rooney Mara, Channing Tatum,
Jude Law, Catherine Zeta-Jones
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
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