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sexta-feira, 5 de maio de 2017

"Passageiro: Profissão Repórter" é filme imperdível em mostra sobre Antonioni



Jack Nicholson e Maria Schneider fazem parte do filme.

Estamos dando continuidade à analise do filme “Passageiro: Profissão Repórter”, obra prima que Michelangelo Antonioni lançou em 1975. O filme se destaca entre aqueles que formam a Retrospectiva do cineasta Michelangelo Antonioni, que se estende até 22 de maio e acontece no CCBB de São Paulo e, posteriormente, no CineSesc. O texto do comentário se baseia originalmente num artigo publicado pelo crítico, na época em que o filme foi lançado em São Paulo.
No roteiro do queniano Mark Peploe, o protagonista é Jack Nicholson, no papel de um repórter a serviço da TV britânica. Ele está no deserto do Chade procurando dar início a uma reportagem em que pesquisa a ação dos guerrilheiros locais. Mas o repórter não consegue se comunicar com esses dado o fato de suas línguas não serem a mesma. Numa cena posterior, o repórter caminha sozinho e desanimado. E tenta contato com um garoto, que permanece impassível. O diretor não cede à nossa curiosidade, até porque a proposta de Antonioni é, como sempre, questionar a comunicação entre as pessoas.

Numa representação física do drama vivido pelo personagem central, o Land Rover com o que ele se locomove atola na areia do deserto. Ele volta ao hotel e descobre que o seu vizinho de quart, acabava de morrer de enfarte. Decide então trocar de personalidade com o morto, sem ao menos saber qual seria a sua atividade profissional. Nesse ponto, Antonione fabrica uma das suas mais intrincadas soluções narrativas.

Michelangelo Antonioni e Maria Schneider em set de gravação

Enquanto Nicholson falsifica o passaporte do morto, ouve-se uma conversa entre ele e o falecido. Ele olha para um canto e, sem corte, a tela nos mostra o bate papo entre os dois. E essa conversa termina quando Nicholson desliga um gravador. Não era portanto um flash back, mas um replay.


Com a nova personalidade, o repórter vive um período de paz, antes que tudo volte a se complicar. A última cena procura exprimir o sentido global do filme. Ou seja, a ideia é de que tudo sempre recomeça. Segundo Antonioni, embora ainda não sendo conclusivo, esse plano-sequencia é essencial, e, inclusive levou 11 dias para ser filmado. Portanto não perca “Passageiro: Profissão Repórter”, de Michelangelo Antonioni

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