Nesta semana, entra em
cartaz “O Lado bom da vida”, indicado para 8 Oscars, a mesma quantidade da
superprodução “Os Miseráveis”. Só que esta comédia nada tem de super. É um projeto
modesto, quase intimista de David O. Russel, cineasta bissexto, aliás, um dos
mais inteligentes de Hollywood que, em 2004, fez a antológica “A vida é uma comédia”,
que só ficou uma semana em cartaz, mas pode ser encontrada em DVD. O conceito que
ele ironicamente criou para designar aquele gênero de filme valeria também para
este. Isto é, “comédia existencial”.
O roteiro assume a sua própria simplicidade
sem medo de se aproximar de uma narrativa de autoajuda, mantendo, porém uma nítida
diferença em relação a esse tipo de produto. Principalmente por meio de um
diálogo minimalista em que quase nada é dito de modo substantivo. O que vale mesmo
é o contraste entre o que os personagens realizam e aquilo que se espera deles.
A grande figura em cena é a emergente Jennifer Lawrence, de “Inverno da Alma” (2010)
e “Jogos Vorazes” (2012), fazendo uma viúva desequilibrada que busca compensação
para a sua perda.
O protagonista, no entanto, é Bradley Cooper, da série “Se beber
não case” (2009 e 2011), no papel e um rapaz bipolar que sai da casa de repouso
e volta morar com o pai. Este é vivido por Robert De Niro que, pela primeira
vez em vários filmes, desiste de apenas interpretar ele mesmo e se entrega a
uma atuação espontânea. A comédia ganha corpo quando se percebe que os que
estavam internos na clínica não são mais esquisitos que os que se acham fora dela.
O LADO BOM DA VIDA
Silver Linings Playbook
EUA, 2012, 122 min, 14 anos
estreia 01 02 2013
gênero comedia existencial
Distribuição Paris Filmes
Direção David O. Russel
Com Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M O
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