Indicada para 8 Oscars, a mega produção “Os
Miseráveis” é a adaptação para o cinema de um musical da Broadway baseado em
obra imortal de Vitor Hugo. O diretor é Tom Hooper, que fez “O Discurso do Rei”
e o elenco tem figuras carimbadas como Hugh Jackman, Helena Bonham Carter, Anne
Hathaway, Russel Crowe e Sacha Baron Cohen. Detalhe: o espetáculo é totalmente
cantado, do princípio ao fim, menos duas ou três frases durante o filme inteiro.
No começo a gente estranha, mas depois vai se acostumando com o estilo e acaba admirando
as belas atuações e as imagens impressionantes, além de perceber que esse modo
de contar a história tem tudo a ver com a carga emocional do romance. De um
lado ele coloca os miseráveis de uma França do século XIX e, de outro, o estado,
na pessoa de um inspetor de polícia interpretado por Russel Crowe.
Faz parte do
enredo a revolução francesa de 1830, na qual pela primeira vez na história, os
ideais socialistas foram colocados. Naquele ano, uma onda revolucionária
atingiu vários países da Europa (Polônia, Bélgica, Itália, Alemanha, Espanha e
Portugal) e chegou até o Brasil, influenciando a derrubada de Dom Pedro I que
foi levado a abdicar do trono, com a instalação de uma monarquia constitucional
no país. Sabiamente Tom Hooper se inspirou na pintura romântica da época,
principalmente em Delacroix e Gustaff Wappers (abaixo), para compor os blocos de
personagens em sua encenação das atividades revolucionárias, como na passagem das
barricadas de Paris.
De resto, temos o desafio de associar as linguagens do
cinema e do teatro de ópera que são geralmente inconciliáveis. No palco de um teatro,
o artista precisa projetar a voz e enfatizar os gestos, para atingir até o
espectador sentado a última fila. Já no cinema é a lente da câmara e o microfone
que amplificam a imagem do cantor ou ator, aproximando-a da plateia. Diretor e
artistas saem ilesos dessa complicação e, especialmente Anne Hathaway,
conseguem desenvolver interpretações dramaticamente excepcionais.
OS MISERÁVEIS
Les Misérables
Reino Unido, 2013, 157 min, 10 anos
estreia 01 02 2013
gênero musical/ drama/ história
Distribuição: Paramount
Direção: Tom Hooper
Com Hugh Jackman, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M O
2 comentários:
Bom, não posso deixar de ser sincero: assim que Anne Hathaway abriu a boca levantei-me e fui embora. Musicais não são para mim.
Realmente não são pra você, caro Enaldo Soares.... Musicais são para pessoas sensíveis, capazes de se emocionar com uma obra tão linda. Não foi a toa que Anne Hathaway ganhou o Oscar!
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