Todo o mundo estranhou aclareza da narrativa, a precisão das referências visuais de cunho histórico e artístico e o realismo bem comportado da narrativa em “Um método muito perigoso”. Afinal nada disso faz parte da imagem construída por seu diretor David Cronnenberg (Canadá, 1943) ao longo de uma carreira em que desponta uma estética pessoal do grotesco com filmes como “Scanners”, “Videodrome” e “Crash - Estranhos prazeres”. Taras ainda sem nome, vícios mórbidos, violência compulsiva e demais perversões que circulam pelos sombrios labirintos da mente humana aparecem com tanta freqüência em seus filmes, que ele ganhou os apelidos de King of Venereal Horror (Rei do Horror Venéreo) e Baron of Blood (Barão do Sangue). Era natural, portanto, que ele se interessasse em adaptar o livro de John Kerr que focaliza a origem da psicanálise e tem como protagonistas Carl Jung (Michael Fassbender ) e Sigmund
Freud (Vigo Mortensen), tal como se relacionavam na primeira década do século XX. A eles o roteiro destina violentas discussões e desavenças − sempre circunscritas, porém, ao plano civilizado do debate intelectual. Como se sabe, Jung foi o principal discípulo de Freud, antes de enveredar por uma metodologia em que o conceito de inconsciente era ampliado para além da concepção freudiana. No filme, o desvario psicótico se manifesta sim, ainda que reservado aos personagens secundários vividos por Keira Knightley e Vincent Cassel – ela uma paciente masoquista que se tornaria terapeuta, e ele um psiquiatra que experimentava a loucura como quem hoje pratica yoga. No fundo, é Cronnenberg puro, mas disfarçado de docudrama na linha de Roberto Rosselini.
Freud (Vigo Mortensen), tal como se relacionavam na primeira década do século XX. A eles o roteiro destina violentas discussões e desavenças − sempre circunscritas, porém, ao plano civilizado do debate intelectual. Como se sabe, Jung foi o principal discípulo de Freud, antes de enveredar por uma metodologia em que o conceito de inconsciente era ampliado para além da concepção freudiana. No filme, o desvario psicótico se manifesta sim, ainda que reservado aos personagens secundários vividos por Keira Knightley e Vincent Cassel – ela uma paciente masoquista que se tornaria terapeuta, e ele um psiquiatra que experimentava a loucura como quem hoje pratica yoga. No fundo, é Cronnenberg puro, mas disfarçado de docudrama na linha de Roberto Rosselini.
UM MÉTODO PERIGOSO
A Dangerous Method
A Dangerous Method
estreia 30 03 2912
gênero docudrama / psicologia / história
Reino Unido/Alemanha/Canadá, 2012, 99 min, 14 anos
Distribuição Imagem Filmes
Direção David Cronenberg
Com Keira Knightley, Michael Fassbender, Viggo Mortesen
COTAÇÃO
* * *
B O M
gênero docudrama / psicologia / história
Reino Unido/Alemanha/Canadá, 2012, 99 min, 14 anos
Distribuição Imagem Filmes
Direção David Cronenberg
Com Keira Knightley, Michael Fassbender, Viggo Mortesen
COTAÇÃO
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