Este primeiro filme dirigido pelo pernambucano Heitor Dhalia (À Deriva e O Cheiro do Ralo) nos Estados Unidos não teve um caminho fácil junto ao público americano. De orçamento modesto, “12 Horas” (Gone) foi lançado há um ano sem exibição prévia para os críticos, o que deve ter provocado certa antipatia geral, refletida na fria recepção por parte da imprensa norte-americana. De fato, a história não se mostra fora do comum e foi por lá considerada uma costura de velhos clichês. Em Portland, no Oregon uma moça (Amanda Seyfried) fora atacada por um maníaco sexual assassino que a prendera dentro uma cova no bosque próximo à cidade. Ela conseguiu escapar do cativeiro, mas a polícia jamais encontrou o suspeito e nem o seu esconderijo. Por isso, desde que se recuperou do ataque, a menina teme uma revanche do criminoso e segue procurando o local onde estivera presa.
.O filme se inicia com o desparecimento de sua irmã, o que a leva a se queixar à polícia, temendo o retorno do tarado. Mas desta vez, como no antigo conto infantil, os detetives não a levam a sério. Na tradicional narrativa de Esopo, ninguém acreditava mais naquele menino pastor de ovelhas que, certa vez, tinha inventado a presença de um lobo, só para se divertir à custa da aldeia. Nem mesmo quando um lobo realmente apareceu e devorou todo um rebanho. Em resultado da indiferença por parte das autoridades, a garota passa a investigar o desaparecimento da irmã por conta própria, chegando a ser perseguida pelos próprios policiais por causa de alguns abusos cometidos. Trata-se, como vemos de uma pequena fábula contemporânea, centrada no conflito entre o indivíduo e o estado. O roteiro pode ser mesmo de curto alcance, mas a direção de Heitor Dhalia é impecável, sempre intensificando a tensão da narrativa e o interesse pelo destino da protagonista − que de resto é bem construída enquanto personagem porque, mesmo sem credibilidade, ela consegue nos engajar por inteiro no frenesi dessa busca.
Um comentário:
esse filme e muito massaaaaaaaaaaa
adorei
Postar um comentário