“A Chave de Sarah” poderia ser apenas mais uma obra sobre o holocausto, se não se constituísse numa contundente mea culpa da nação francesa sobre o assunto e sob a forma deste diferenciado filme histórico francês, escrito e dirigido por Gilles Paquet-Brenner. Ele reconstitui um episódio impressionante e muito pouco divulgado na história da França, que foi a entrega em 1942, de cerca de 10 mil judeus para os invasores nazistas, promovida pelas autoridades policiais do país. Aquela iniciativa do governo colaboracionista se revestiu de aspetos particularmente desumanos ao prender por vários dias a maioria dos cidadãos parisienses de origem judaica num ginásio esportivo, antes de deportá-las para os campos de concentração alemães.
A história é apresentada pela ótica de uma jornalista inglesa radicada em Paris, assim como é a atriz que a interpreta, a excelente Kristin Scott Thomas. Enquanto ela investiga o trágico acontecimento, ficamos sabendo como ele se desenvolveu e as coincidências que envolvem a família de seu marido que, por caso, se instalara desde 1942 no mesmo apartamento que pertencia a uma família deportada. Foi ali que aconteceu o detalhe horripilante ligado à chave e à Sarah que aparecem no título do filme. Esse dado de mistério e suspense, sobre o qual nada podemos antecipar, introduz uma dose de adrenalina, garantindo uma tensão contínua em a toda a narrativa. No elenco, além de Kristin Thomas destaca-se o trabalho da atriz infantil Mélusine Mayance, que vimos em “Ricky”.
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