O título original do filme “Conspiração e Poder” é “Truth”, ou seja, “Verdade”. Porque afinal é disso de que ele trata. Tudo se passa nos bastidores do departamento de jornalismo da CBS, ou seja, da Columbia Broadcast System. Ao lado da NBC e da ABC, a CBS é uma das três maiores redes norte americanas de rádio e TV. Imagine-se o poder que essa corporação detém no dia a dia dos EUA, ao exercer o oficio de descobrir e de revelar aquilo que se chama de “verdade”. Neste filme em que Robert Redford faz o papel do âncora Dan Rather, veremos o que pode acontecer quando essa empresa colide com os interesses da Casa Branca.
Este é o primeiro filme dirigido pelo jovem roteirista James Vanderbilt que escreveu os filmes recentes do Homem-Aranha e adquiriu celebridade imediata em 2007, ao redigir o roteiro de “Zodíaco”, um excelente drama de suspense em torno de um espinhoso caso de jornalismo policial. Seguindo a linha daquele filme estrelado por Jake Gylenhall, Robert Downey Jr. e Mark Ruffalo, temos agora a competente Cate Blanchet no papel de Mary Mates, a produtora do programa “60 Minutos” apresentado por Dan Rather na CBS até 2005 e também autora do livro que deu origem ao roteiro.
Todos sabemos que, em 1938, quando ainda era apenas radialista, o cineasta Orson Welles lançou uma adaptação radiofônica do livro de ficção científica “A Guerra dos Mundos”. A história foi contada pelo rádio como se fosse uma reportagem e muita gente entrou em pânico. Essa mentira, esse fingimento teve um sucesso tão retumbante que levou Welles para Hollywood. Mas aquele projeto estava fundamentado numa farsa e, até hoje, representa um problema de natureza ética. Isto é, o que viria em primeiro lugar... a verdade sobre o fato ou as conveniências do poder e das empresas de comunicação? Ou, colocando de outro modo, prevaleceria o título brasileiro “Conspiração e Poder”, ou o americano, que é simplesmente “Verdade”.
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