João Miguel (esquerda) e Peter Ketnath (direita) protagonizam o longa
Desse encontro, resulta uma amizade quase impossível, que permite ao então estreante diretor pernambucano Marcelo Gomes desenvolver um curioso ensaio sobre o confronto e a atração entre duas culturas diferentes. Ou seja, traz um olhar completamente novo sobre o processo de integração do Brasil arcaico à moderna civilização ocidental que, no filme, é simbolizada pelo rádio, pelo cinema, pelo motor a gasolina e pela indústria farmacêutica.
O rádio do caminhão transmite os sucessos da Rádio Nacional, enquanto um projetor portátil exibe filmes de propaganda – esse é o saboroso lado documental do filme. No Festival do Rio de Janeiro de 2004, Cinema, Aspirinas e Urubus, ganhou o Prêmio Especial do Júri, além do prêmio de Melhor Ator para João Miguel, que interpreta o sertanejo Ranulpho. Na 29ª Mostra Internacional de Cinema SP, o ator repetiu a façanha e o filme foi a primeira produção brasileira a receber o prêmio de Melhor Filme da Mostra.
A história se passa em 1942, no interior de Pernambuco, onde se cruzam um sertanejo que foge da seca e um alemão que foge da guerra, vendendo aspirina pelo sertão. Só que além dessas figuras centrais, “Cinema, Aspirinas e Urubus” quase atribui status de personagem a determinados meios de comunicação que promoveram a inserção do Brasil no mundo contemporâneo, ou seja, o cinema e o rádio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário