O Super Homem nasce novamente, agora sob o título de
“O Homem de Aço”. Em 1938, quando isso aconteceu pela primeira vez, o universo
dos quadrinhos já se achava habitado por alguns poucos heróis, como Flash
Gordon, o Fantasma, Tarzan e Buck Rogers. Esse tipo de personagem da cultura
popular era mais comum em outras mídias, ou seja, na literatura de massa,
veiculada em banca de jornal (pulp
fiction) e no rádio. Por exemplo, The
Shadow (O Sombra), The Lone Ranger
(O Zorro), Nick Carter, Doc Savage e Sherlock Holmes. Todos esses eram feitos
somente de carne e osso, apesar de determinadas traços excepcionais de caráter.
A surpresa veio com esse alienígena do bem que tinha raízes na mitologia
clássica – muito mais forte que Hércules e invulnerável igual a Aquiles, que
tinha um ponto fraco no calcanhar, assim como “O Homem de Aço” era susceptível
à kriptonita.
Outra novidade a foi a tremenda síntese operada nas escassas páginas
da revista Action Comics em que Jerry
Siegel e Joe Shuster narram a saga cósmica de um bebê que atravessa as galáxias
porque seu planeta natal se destrói. Eles levaram cinco anos para vender esse
projeto, porque os editores não acreditavam que fosse comercial. Com a 2ª Guerra,
porém, o sucesso foi tanto que a revista chegou a fazer parte do equipamento usual
dos soldados americanos. Agora, 75 anos e 91 filmes mais tarde, o Super Homem
protagoniza talvez a mais elaborada e ambiciosa de todas as suas incursões no
universo audiovisual.
O diretor Zack Snider, de “Watchman” e o roteirista
Christopher Nolan dos três últimos “Batman” mantiveram a estrutura básica da
história, tal como foi publicada em 1938, mas ampliaram ao máximo as
possibilidades narrativas que ela sugeria. A sequencia inicial em Kripton é um
primor em termos de design e inventividade. Após o impacto da cena em que
acompanhamos parto do filho de Jor-El (Russel Crowe) assistimos ao
estabelecimento de uma trama política em que se defrontam a ética e o poder
militar. Os pais do bebê chamado Kal-El, isto é, o futuro Super Homem lideravam
uma espécie de aristocracia de cientistas e, quando o planeta implodiu, eles se
achavam em conflito com um general rebelde que escapou do exílio e sai em
perseguição do jovem Kriptoniano asilado na Terra.
Com poderes idênticos ao Super
Homem, esse chefe guerreiro precisa se apossar de algo que viera na nave-berçário
junto com o recém-nascido e que garante o conflito do começo ao fim do filme. Já
no gibi original, o herói era vulnerável apenas à kriptonita, que seria um
mineral originário de seu planeta natal e cujo contato teria a capacidade de
transforma-lo num indivíduo comum, desprovido de superpoderes. Essa é a base
dramática que funciona como o ponto fraco do Super Homem, isto é a situação que
poderá matá-lo, ou fortalecê-lo ainda mais.
De todos os filmes baseados em
figuras originárias dos quadrinhos, “O Homem de Aço” é um dos mais bem
resolvidos, talvez, um dos melhores. Além do choque visual proporcionado por
uma presença maior de personagens do planeta Kripton, temos uma carga afetiva mais
intensa no relacionamento entre o herói e a repórter Louis Lane, o que reforça
a sua identificação com o público.
O HOMEM DE AÇO 3D
Man of Steel
EUA – Reino Unido – Canadá – 2013 – 148 min.12 anos
Distribuição Warner
estreia 12 07 2013
gênero fantasia/ aventura
Direção Zack Snyder
Com Henry Cavill, Amy Adams, Russel Crowe e Diane Lane
COTAÇÃO
* * **
ÓTIMO
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