Na disputa do Oscar, “Amor” do austríaco Michael
Haneke concorre ao mesmo prêmio em duas categorias: a de melhor filme
estrangeiro e a de melhor filme de modo geral. Assim como os atores Cristoph
Waltz e Arnold Schwarzenegger, ele é austríaco, mas o filme é francês, rodado
em Paris e estrelado por Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, com Isabelle
Huppert – todos igualmente franceses. Aos 70 anos, Haneke conquistou o status de
um dos mais importantes cineastas da Europa, após a aprovação quase unânime de
obras como “A professora de piano” (2001), “Caché” (2005) e “A Fita Branca”
(2009) – todos premiados no Festival de Cannes, tendo este último recebido a
Palma de Ouro que, aliás, em 2012 foi para este “Amor”, agora em cartaz no
Brasil. De modo que Haneke já coleciona duas Palmas de Ouro, o que é um triunfo
excepcional no mundo do cinema.
Na ficha técnica do filme, a equipe mais
numerosa é a do departamento de arte, que montou o apartamento em que se passa
praticamente o filme inteiro, sob o comando de Susan Haneke, esposa do diretor.
Ele mesmo declarou que a proposta era reproduzir em essência o local em que
seus pais viveram. Eles que foram artistas de teatro e cinema passaram pela
mesma dolorosa situação narrada pelo filme e, portanto serviram de referência
para o roteiro. Um casal de octogenários acometido pela presença da morte – para
a qual, apesar de inevitável, nem os mais idosos se acham preparados.
Como
sempre acontece no cinema de Haneke, o trabalho de câmara e iluminação é
soberbo, ao integrar com precisão os detalhes da cenografia aos pormenores
dramáticos que marcam a evolução dos personagens. Dentre as atuações,
destaca-se a de Trintignat como protagonista e responsável por exprimir em seu
olhar desesperado toda a aflição de ver como a vida se faz mais curta ainda, diante de um longo e verdadeiro amor. Um filme ao mesmo tempo sensível e
impiedoso, que deveria ser proibido para maiores de 70 anos.
AMOR
Amour
França/Alemanha/Áustria, 2012, 127 min, 14 anos
estreia 18 01 2013
gênero drama
Distribuição Imovision
Direção Michael Haneke
Com Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO
Um comentário:
Achei excessivamente deprimente. Eu fico meio pé atrás com os filmes de Haneke, ele parece buscar a adesão fácil das pessoas intelectualizadas.
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