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domingo, 30 de janeiro de 2011

A cinelândia nipônica da Liberdade: como se diz "saudade" em japonês?

Pode ser difícil de acreditar, mas, nas décadas de 50 e 60, os principais filmes japoneses estreavam em São Paulo, quase ao mesmo tempo em que eram lançados em Tóquio. Desde os anos 30, o bairro da Liberdade concentrava a maior quantidade de japoneses na cidade. Ali, perto da Praça da Sé, formou-se uma espécie de cinelândia nipônica que matava a saudade dos imigrantes e o apetite dos cinéfilos paulistanos por filmes de qualidade. O saudoso Walter Hugo Khoury confessava que o seu cinema emanava diretamente daquele contato. Contava que “a convivência de aficcionados brasileiros com o cinema japonês começou no final da década de quarenta, com as exibições que se realizaram no cine São Francisco, situado atrás da Faculdade de Direito de São Paulo, onde alguns filmes passavam até sem legendas − fato que não afastava os espectadores paulistas, fascinados com a novidade. Eram jornalistas, críticos, jovens universitários e intelectuais amantes de cinema, que imediatamente descobriram na produção japonesa um dos pontos altos da criatividade na sétima arte”.
O aumento de interesse junto ao público veio com o desempenho japonês nos Festivais Internacionais a partir de 1950, com “Rashomon” e “Os Sete Samurais”, de Akira Kurosawa, e “A Vida de Oharu” e “Contos da Lua Vaga Após a Chuva”, de Kenji Mizoguchi. Conhecedor do assunto, Khoury afirmava que até Glauber Rocha recebeu influência japonesa, especialmente em “Deus e o Diabo na terra do Sol”. Segundo ele, o filme “tem características marcantes do que se convencionou chamar estilo ‘samurai’, principalmente na marcação dos atores, nos gestos largos, gritos e movimentação quase coreográfica, que lembram imediatamente a ‘mise-en-scène’ de alguns filmes de época do Japão”.
O cinema mais antigo da Liberdade era o Niterói, na Galvão Bueno com 1,5 mil poltronas, que começou a funcionar em 1953. Com o aumento da procura até no seio da própria colônia, cinco anos depois, as principais distribuidoras japonesas abriram filiais em São Paulo. O Cine Tóquio era da distribuidora Toho que, logo em seguida, abriu uma sala nova própria, o Cine Jóia, na Praça Carlos Gomes. O Nippon dedicou-se à Shochiku, e o Niterói, à Toei. Em 1962, o Cine Tóquio mudou o nome para Nikkatsu, porque passou a exibir apenas os filmes daquela produtora.
Aos sábados e domingos, a colônia lotava as salas que, durante a semana, ficavam à disposição de estudantes, artistas e críticos que tomavam o bonde em busca das imagens importadas do outro lado do planeta. Provavelmente, veteranos como Walter Hugo Khoury e o crítico Rubem Biáfora preferissem o intimismo de Yasujiro Ozu, Tomo Uchida, Akira Kurosawa, Heinosuke Gosho, Buntaro Futakawa e Teinosuke Kinugasa. Enquanto os mais jovens, como Carlos Reichenbach e o crítico Inácio Araújo, talvez estivessem prestando mais atenção na chamada "nouvelle vague" japonesa, surgida a partir dos anos sessenta, com Yoshishigue Yoshida, Shoei Imamura, Nagisa Oshima, Yasuzo Masumura, Kaneto Shindo e Seijun Suzuki.
Mas o que mantinha aquelas salas em funcionamento era mesmo a colônia, com os nisseis e sanseis, ainda interessados na língua e na cultura dos pais e avós. Quando a obrigatoriedade de exibição de filmes brasileiros se instalou como legislação e foi aumentando gradativamente ao longo dos anos 70, até chegar a 180 dias por ano, aquele público cativo começou a se afastar e os cinemas foram, um a um, fechando suas portas. Em harmonia com a tradição nipônica, último a encerrar suas atividades foi justamente o pioneiro Niterói, que durou até 1988.

Em cartaz mais um candidato ao Oscar: "Inverno da Alma", um poderoso drama rural

Difícil pensar num parâmetro para este impactante “Inverno da Alma”, ambientado nas áreas pobres das montanhas geladas do Missouri – local em que somente os não têm outra alternativa podem habitar. À lembrança vem “Feios Sujos e Malvados” de Ettore Scola, “Os Miseráveis” de Vitor Hugo e os quadrinhos de “Ferdidando” (Li'l Abner) de Al Capp, sobre a comunidade rural de Dogpatch de costumes rústicos demais para se encaixar no ideal do “american way of life”.
Mas acontece que as histórias de Ferdinando eram cômicas, enquanto os personagens deste filme premiado no Sundance Festival e indicado para 4 Oscars − filme, roteiro adaptado, ator coadjuvante e atriz − vivem em cotidiana desgraça. Quase todos são traficantes e viciados em crack e Jennifer Lawrence (foto acima)faz o papel de uma menina cujo pai desaparece, deixando-a com seus dois irmãos menores. O roteiro consiste num doloroso périplo em busca dele que, ao ser preso, empenhara a casa para pagar a fiança. Se não conseguirem encontrá-lo, ou provarem que ele está morto, as três crianças ficarão sem teto.
Tirando breves momentos em que se ouvem fiapos de uma bela música folclórica, os episódios dessa procura são amargos e pungentes − como aquele em que vemos a garota caçando esquilos para se alimentar, e as suas vãs tentativas de obter apoio entre os próprios membros da família, presos a uma espécie de “lei do silêncio” igual à de todas às máfias. Um destes parentes é interpretado por John Hawkes (na foto acima), que concorre ao Oscar de coadjuvante, num papel rico e contraditório que, aliás, tem a última palavra na trama. Esta se resolve de um modo inesperado, numa sequencia particularmente grotesca, que poderá se transformar em ícone deste excelente filme como um todo.
INVERNO DA ALMA
Winter´s Bone
EUA / 2010 / 100 min
estreia 28 01 2011
Gênerodrama / social / mistério
Distribuição California filmes
Direção Debra Granik
Com Jennifer Lawrence, John Hawkes, Dale Dickey
COTAÇÃO
* * * *
ÓTIMO

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

“Amor e Outras Drogas” carece de uma unidade de estilo, mas é bem divertido.

“Amor e Outras Drogas” pode ser considerado exemplo de propaganda enganosa. Pelo título, imagina-se um enredo iconoclasta em que o mais nobre dos sentimentos é equiparado às substâncias químicas que podem curar ou viciar. O filme começa mostrando um jovem mulherengo e vendedor nato (Jake Gyllenhaal) que trabalha para a Pfizer como propagandista farmacêutico. Com um diálogo cortante e acelerado, a primeira parte oferece uma crítica virulenta à medicina capitalista, com os laboratórios imersos numa guerra sem trégua em que os divulgadores de remédios agem como guerrilheiros ou terroristas. Nesse confronto vale tudo, inclusive seduzir secretárias, subornar enfermeiras e corromper médicos.
Num intervalo dessa maquiavélica atuação, o protagonista se encanta com uma moça problemática (Anne Hathaway) que parece hipocondríaca ou viciada e, no entanto sofre mesmo do mal de Parkinson. A princípio, ambos resistem à idéia de se entregar ao afeto acima mencionado, mas depois que eles relaxam e se declaram, o filme muda de andamento e se transforma numa “Love Story”, que esbarra naquele sentimentalismo do filme de Arthur Hiller que fez sucesso com esse mesmo título em 1970. Para evitar o melodrama, o roteiro recorre a um humorismo chulo, que destoa da parte inicial. Em meio a uma odisséia em busca de uma cura para a amada, a empresa em que o herói trabalha descobre o Viagra – com as inevitáveis rotinas cômicas que esse fato pode sugerir. Sem falar do irmão mais novo, imaturo e desbocado que divide o apartamento com o protagonista e que parece diretamente egresso de uma comédia tipo “Se Beber Não Case” (2009). Os dois contracenam numa constrangedora passagem supostamente cômica e totalmente deslocada do conjunto do roteiro, em que um deles sofre um ataque de priapismo.
Nesse ponto, temos uma nova guinada no rumo do roteiro, que parece instaurar um deslavado merchandising da pílula azul. Por exemplo: numa clínica médica, dezenas de pessoas, entre médicos, enfermeiras e pacientes, cercam o personagem de Jake Gyllenhaal implorando por uma amostra grátis. É provável que, nunca antes na história do cinema de ficção o nome desse produto foi tantas vezes mencionado.
Nas sequências finais, o diretor Edward Zwick – conhecido como aquele produtor sério que ganhou um Oscar em 1998 por “Shakespeare Apaixonado” – precisa decidir se encena uma comédia adolescente ou um drama exemplar sobre a instituição da família como a panacéia universal. O que mais prejudica o filme é justamente a ausência total de coerência narrativa e estilística.

AMOR E OUTRAS DROGAS
Love and other drugs
EUA - 2010 – 115 min. – 16 anos
estreia 28 01 2011
Genero comédia / amor / drama
DistribuiçãoFOX
Direção Edward Zwick
Com Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway
COTAÇÃO

* * *
B O M

S E R V I Ç O ! AS ESTREIAS DE HOJE: SEXTA FEIRA 28 01 2011

Nesta semana estréiam meia dúzia de filmes novos. Ainda que excelente, o melhor deles não é exatamente divertido porque mostra uma garota de 20 anos, nas montanhas do Missouri, que teve o pai assassinado e precisa cuidar de seus dois irmãozinhos. INVERNO DA ALMA concorre a 4 Oscars, inclusive o de melhor filme, mas é possível que surpreenda com o prêmio de atriz para a jovem Jennifer Lawrence (na foto abaixo ).
Apesar o título e do tema, diversão inteligente e sofisticada é a comédia AMOR E OUTRAS DROGAS (foto acima), com Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal, no papel de um propagandista de remédio que participa do lançamento do Viagra.
O filme de horror sueco “Deixe ela entrar” deixou uma legião de admiradores. Tanto que Hollywood providenciou uma refilmagem com exatamente a mesma história de uma vampira adolescente, contada com uma crueza que nada tem a ver com a melosa série “Crepúsculo”. O título é DEIXE-ME ENTRAR e o diretor é o competente Matt Reeves, de “Cloverfield”.
Para quem se impressiona com a griffe de Sofia Coppola, que fez o discutível “Maria Antonieta”, temos UM LUGAR QUALQUER, sobre um artista de cinema de cotidiano promíscuo que recebe a visita da filha de 11 anos.
Há também CAÇA ÀS BRUXAS um filme de horror e de época com Nicolas Cage, que ultimamente tem filmado qualquer coisa, e AS AVENTURAS DE SAMMY – um desenho animado belga, bom para levar as crianças neste último fim de semana de férias.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

“Incontrolável” de Tony Scott já está em cartaz há duas semanas: não perca esse trem!

Para entrar no assunto de “Incontrolável”, alguns comentaristas fizeram referência a um dos primeiros filmes da história do cinema – aquela tomada dos irmãos Lumière em 1896, mostrando um trem que chegava à estação e que era mais experiência tecnológica do que arte. Outros puxaram conversa por meio de um dos primeiros sucessos do gênero faroeste que focalizava, em 1903, o assalto a um trem. Alguns discorreram sobre a costumeira associação entre o ator Denzel Washington e o diretor Tony Scott. E por aí foi, provando que talvez a decisão mais importante a ser tomada por um crítico é a maneira como se começa a analisar um espetáculo cinematográfico, isto é, a sua abordagem.
Por coincidência, essa também é a preocupação fundamental de todos os personagens principais de “Incontrolável”. Carregado de explosivos suficientes para destruir uma cidade inteira, um trem está desgovernado. Corre a toda velocidade sem ninguém dentro da locomotiva para freá-lo. Os engenheiros e executivos da ferrovia fazem de tudo para abordá-lo, mas não conseguem. Tentam pousar sobre ele de helicóptero, procuram emparelhar uma picape para permitir que alguém salte para dentro da cabine e puxe o freio, mas nada disso funciona. De repente, a única esperança se acha nas mãos do personagem de Denzel Washington, um maquinista que acabara de ser demitido por que já trabalhava a 28 anos na empresa e esta precisava renovar seus quadros (leia-se pagar menos por mais funcionários).
Se os filmes são todos como trens incontroláveis, porque já se encontram em desenfreada corrida pela conquista do público, nossa abordagem desta obra se inspira justamente nesse protagonista. Aos 67 anos, o veterano Tony Scott parece enviar uma mensagem clara para o mercado: nenhum pagamento em dinheiro é suficiente para retribuir as vantagens da experiência acumulada no exercício do trabalho. Sem truques de dramaturgia, nem qualquer sensacionalismo, ele nos conduz por essa jornada de puro suspense em que permanecemos por 98 minutos sem conseguir piscar os olhos. Na verdade, o trem de “Incontrolável”, jamais esteve vazio: todos nós viajamos dentro dele.
INCONTROLÁVEL
Unstoppable
estreia 07 01 2011
EUA 2010 – 98 min. 10 anos
Gênero: Ação / suspense / social
Distribuição Fox films
Direção Tony Scott
Com Denzel Washington, Rosario Dawson,
Ethan Suplee, Kevin Dunn
COTAÇÃO
* * *
B O M

S E R V I Ç O! AS ESTREIAS DE HOJE - SEXTA FEIRA - dia 21 01 2011

Dirigido pelo alemão Florian von Donnersmarck, que fez “A Vida dos Outros”, o lançamento mais divertido da semana é “O turista” com Angelina Jolie e Johnny Depp. Cheio de suspense, humor e sofisticação, o filme produz efeito equivalente aos últimos trabalhos de Hitchcock.
Assinado por Alejandro Iñárritu que marcou de vir ao Brasil para o lançamento e cancelou na íltima hora, “Biutiful” conta a deplorável e amarga história de um marginal de Barcelona interpretado por Javier Barden. Pelo menos Iñárritu abandona a mania de fazer filmes corais.
Com a chancela das Palma de Ouro, vem "Tio Boomee que pode recordar suas vidas passadas" daquele tailandês de nome quase impronunciável Apichatpong Weerasethakul. A história de um homem que resolve morrer na selva ao lado da família vale menos pelo que diz do que pela maneira, digamos sensorial, com que é contada.
Também na selva, ou melhor num parque nacional Jellystone, vemos as peripécias de "Zé Colmeia". Graças à computação gráfica, um desenho animado ganha o volume necessário para o 3D e, desta vez, convive com atores em carne e osso. A idéia é boa, mas a história decepciona.
Falando em animação 3D, "Brasil Animado" de Mariana Caltabiano é a primeira tentativa brasileiras nessa linha. Mas, valeu como só tentativa, porque não adiante filmar em 3D um desenho meramente bidimensional (foto abaixo)
E finalmente um documentário meio brasileiro: "Lixo Extraordinário" filmado num lixão do Rio de Janeiro sobre o artista Vick Muniz, que transforma lixo em obras de arte. Na verdade, o que mais se vê por aí são obras de arte que acabam no lixo...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Jacques Tati ressuscita de corpo em alma no deslumbrante filme de animação "O Mágico".

A vocação de “O Mágico” para filme cult, vem do fato de somente ser plenamente inteligível conhecendo-se os motivos que cercam a realização deste belíssimo trabalho de animação em longa metragem.O diretor é Sylvian Chomet, do precioso “As bicicletas de Belleville” (2003), cujo estilo do traço era caricatural, como uma bande-dessinée de humor animada. Em “O Mágico”, entretanto, ele trabalha com um roteiro inédito deixado por ninguém menos que Jacques Tati – o gênio do humor cinematográfico francês, consagrado com “As Férias de Mr. Hulot”, indicado ao Oscar de melhor roteiro em 1956.
O desenho desta vez é quase realista, em tom pastel, lembrando a transparência das aquarelas, com uma esplêndida utilização da profundidade de campo e do claro escuro. A sonorização segue mesma de “Meu Tio” (1958), por exemplo: como quase não há closes, ou planos mais aproximados, o som sempre aparece como se fosse tomado de um microfone posicionado ao lado da objetiva e fazendo com que os diálogos apareçam sempre velados, dispensando inclusive a leitura das legendas. Ou seja, é quase um filme sonoro que procura narrar os acontecimentos como se fosse mudo. O protagonista é uma réplica do próprio Mr. Hulot, com o mesmo tipo de roupa, de postura e de gestual indicando que a história tem forte cunho autobiográfico.
Nos anos 1950, com o advento da televisão, os espetáculos de “music-hall” entram em decadência e esse mágico precisa se apresentar em locais remotos, como a Escócia.
E ali ele conhece uma faxineira de um pub , que o adota como pai. Compadecido pela fragilidade da moça, ou por algum outro motivo que não fica explícito no filme, o mágico lhe presenteia com roupas decentes e permite que ela lhe acompanhe até Edimburgo, onde a menina acaba encontrando o seu primeiro namorado. No palco, o velho ilusionista faz truques, mas para a vida da menina, ele opera uma mágica de verdade, permitindo que ela viva um coquetel de contos infantis, que inclui a Gata Borralheira e a Alice no País das Maravilhas.
O humorismo do filme é melancólico, como as demais obras de Tati, e mostra o confronto entre a desumanidade do tempo presente e a pureza de alma do personagem central. O destino dele e seus companheiros de teatro é triste, como o do ventríloquo que precisa vender o boneco com o qual trabalhava para pagar o aluguel. Ele mesmo se relaciona amargamente com a garota que, para ele, é quase uma filha adotada. E nesse aspecto ajuda saber que, na vida real, Jacques Tati teve uma filha com uma dançarina de “music-hall” que nunca reconheceu e para quem, antes de morrer, mandou os originais deste roteiro. Foi ela, aliás, quem enviou o texto para o diretor Sylvian Chomet, junto com autorização para filmá-lo. Isto é, o ilusionista da história não é Jacques Tati, nem o personagem da adolescente adotada é a filha dele, mas, ambos são representações evidentes, que permitem uma compreensão mais ampla do filme. Sob uma história mágica, registra-se uma tentativa tardia de Jacques Tati em fazer as pazes com a filha. Dito de outra forma, a revelação do truque, ou da carta marcada que o mágico escondia na manga do paletó.
O MÁGICO
The Illusionist
estreia 14 01 2011
Inglaterra/França - 2010 – 80 min. - 12 anos
Gênero animação / drama / humor / história
Distribuição Playarte
Direção Sylvian Chomet
COTAÇÃO
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ÓTIMO