Textos de Luciano Ramos (jornalista, sociólogo e escritor paulista) sobre crítica de filmes nacionais e internacionais, reflexão a respeito da arte cinematográfica, notícias sobre o mundo do cinema, inserção do cinema na história da cultura, patrimônio histórico e cultural.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2017
Retrospectiva Cinema Brasileiro | Os notáveis "De Onde Eu Te Vejo" e "A Bruta Flor do Querer"
Denise Fraga viveu a personagem Ana no filme "De Onde Eu Te Vejo"
Continuamos a fazer nossa retrospectiva do cinema brasileiro em 2016, e agora falaremos de dois filmes nacionais muito interessantes que estrearam em abril: "De Onde Eu Te Vejo" e "A Bruta Flor do Querer".
Foi-se a época em que o cinema brasileiro mostrava preferencialmente os sertões
nordestinos ameaçados de virar mar. Depois veio o tempo em que as telas viraram
favela e tráfico. E agora as lentes começam a abrir as janelas dos apartamentos
da classe média. E isso vem acontecendo tanto em Recife quanto aqui em São
Paulo, em títulos como “De Onde Eu Te Vejo”.
Há poucas semanas o casal Bruna Lombardi e Alberto Ricelli lançou “Amor em
Sampa”, a sua confissão de amor a São Paulo. E hoje é a vez do casal Denise Fraga
e Luiz Vilaça se declararem apaixonadas por esta metrópole que já foi conhecida
como a que mais crescia no mundo. Os dois já tinham feito muita coisa juntos,
como o longa “Por Trás do Pano”, em 1999, e a excelente série de TV “A Mulher
do Prefeito”, em 2013.
Em “De Onde Eu Te Vejo”, os personagens de Denise Fraga e Domingos Montagner
se separam e vão morar em dois prédios diferentes, mas cujos apartamentos ficam
um de frente para o outro. Alguns críticos consideram o roteiro como uma "DR" em
longa metragem, ou seja, uma discussão de relação estendida. No entanto, com
uma bela produção, boas atuações uma boa dosagem de humor.
O outro filme nacional que chegou na mesma semana aos cinemas em que o longa de Luiz Vilaça chegou foi “A Bruta Flor do Querer”,
premiado no Festival de Gramado. É o longa de estreia de Andradina Azevedo e
Dida Andrade, que até aqui faziam curtas metragens. Numa ligação de parentesco
com a buliçosa e elegante comédia “Bem Casados”, de Aloísio Abranches, o
protagonista deste filme é formado em cinema. No entanto só consegue trabalho
filmando cerimônias de casamento. Mas não é uma comédia e sim um drama sobre as
dificuldades profissionais e afetivas da juventude de hoje – para quem produzir
um filme de longa metragem pode ser menos complicado do que se apaixonar.
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