Textos de Luciano Ramos (jornalista, sociólogo e escritor paulista) sobre crítica de filmes nacionais e internacionais, reflexão a respeito da arte cinematográfica, notícias sobre o mundo do cinema, inserção do cinema na história da cultura, patrimônio histórico e cultural.
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Outros destaques dos filmes estreantes na semana do dia 10 11 2016
Cena do filme anti-racista "O Nascimento de uma Nação"
Hoje continuamos a comentar os lançamentos de
filmes novos nesta semana. Um dos méritos da 40ª Mostra de cinema foi a
abundância das várias cinematografias e grandes obras do passado. Provavelmente em
função desse novo interesse que é mundial, o mercado de Hollywood decidiu refilmar este
que é um dos clássicos mais importantes da história: "O Nascimento de uma Nação".
O filme original foi feito em 1915 ainda, portanto, na época do cinema mudo. Seu
diretor David Griffith foi aclamado por ter praticamente criado a linguagem do
cinema com este filme: ele introduziu os closes, a ação paralela, as
panorâmicas e demais movimentos de câmara, além dos principais elementos da
técnica da montagem. No entanto trata-se de uma história de inspiração racista,
em que os membros da Ku Klux Klan eram os heróis.
Mas agora o ator e produtor Nate Parker decidiu refilmar essa mesma história,
evidentemente numa leitura anti-racista. Infelizmente, porém, apesar de bem
aceito no Sundance Festival, o filme teve uma recepção fria e apenas mediana
por parte do público e da crítica nos Estados Unidos – o que talvez já seja um
sinal dos novos tempos.
O que talvez diga alguma coisa sobre os o mundo em que vamos viver é o drama de
suspense “Invasão de Privacidade”. Pierce Brosnan faz o papel de um empresário,
cuja filha começa a ser assediada por um técnico em informática. Extremamente
hábil, esse rapaz já tinha trabalhado para a NSA, que é o maior órgão técnico
de criptologia e espionagem do mundo. Era, portanto um colega de George Snowden
e, assim, será muito complicado para o personagem de Pierce Brosnan se livrar
dele, nessa trama que parece ser uma espécie de “Instinto Selvagem” com o sinal
trocado.
Dirigida pela competente Rebecca Miller, estreia a comédia “Maggie Tem um Plano”,
com um belo elenco liderado por Ethan Hawke, Julianne Moore e pela estrela de “Frances
Há” Greta Gerwig. A jovem Maggiese esforça para sobreviver sozinha na cidade de
Nova Iorque. Para complicar, ela pretende ter um filho, criando-o por conta
própria. Mas o que complica mesmo é que ela se envolve com um homem casado. E
isso promete atrapalhar todo o seu plano.
“Quando o Dia Chegar” é um drama dinamarquês sobre adolescentes num orfanato. O
roteiro se passa nos anos de 1960 e, portanto, o tema central são a injustiças
e os abusos pelos quais passam os jovens internos. O diretor Jesper Nielsen tem
muito prestígio em seu país e já coleciona 8 prêmios ao redor do mundo.
Conhecido em vários festivais internacionais, inclusive em Cannes, o marroquino
Nabil Ayoucha presenta “Much Loved”, sobre quatro prostitutas que se associam para
montar uma família improvisada – o que naquele país parece ser uma tarefa quase
impossível.
Houve um tempo em que filmes do gênero deste – “Horizonte Profundo - Desastre
no Golfo” eram muito apreciados, provavelmente porque e emoção já se achava
instalada no DNA do enredo. Era o chamado “disatermovie”. Este é bastante
caprichado, dirigido por Peter Berg, que é especializado no gênero. E o elenco
ajuda, com as presenças de Mark Wahlberg e Kurt Russell. Baseada em fatos reais,
a história se passa no Golfo do México, durante um desastre numa plataforma de
perfuração marítima de petróleo.
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