
Na semana passada, faleceu um dos mais importantes montadores brasileiros, o curitibano Mauro Alice, considerado um grande mestre da montagem. Mauro já tinha quase 80 anos ao montar
Carandiru, um dos 60 títulos aos quais ele deu forma. Para Babenco, ele também montou
Coração Iluminado e
O Beijo da Mulher Aranha (na foto abaixo). Para Walter Hugo Khoury ele trabalhou
Noite Vazia, O Anjo da Noite, O Palácio dos Anjos e
Corpo Ardente. De Francisco Ramalho Jr, ele fez
Besame Mucho e
Filhos e Amantes. Montou também
Doida Demais para Sergio Rezende e a maioria dos filmes de Mazzaropi.

Na Vera Cruz, Mauro Alice editou obras clássicas como
O Sobrado, Floradas na Serra, Uma Pulga na Balança, Sai da Frente. E até o desenho animado
As Aventuras da Turma da Mônica, de Maurício de Souza. Ou seja, Mauro Alice viajou por todos os estilos, provando que a linguagem do cinema não varia conforme o gênero do filme ou o nome do diretor. E que, a propósito, este profissional não é o único responsável pela qualidade do resultado. Como arte coletiva, o cinema depende fundamentalmente dos técnicos que, na realidade, são tão artistas quanto os cineastas que assinam o trabalho e que entram para história. Tomara que esse mestre da arte cinematográfica e que tantos discípulos deixou, não caia no esquecimento como a maioria dos trabalhadores que ajudaram a fazer o cinema brasileiro.
Ótima nota, Luciano. De fato, um filme é resultado do trabalho de importantes técnicos e criadores, não somente o diretor. E o Mauro Alice foi muito mais do que um técnico, um criador e inventor de significados, conhecedor e talentoso em sua linguagem.
ResponderExcluirUm abraço, Roberto Grevitz