
Antes do fim do ano estréia “Partir”, escrito e dirigido por Catherine Corsini, que já dirigiu mais de uma dúzia de filmes na França, mas ainda é pouco conhecida entre nós. A estrela é a magnífica inglesa Kristin Scott Thomas, que recentemente vimos brilhando na comédia “Bons Costumes”. Ela interpreta uma mulher de 40 anos, casada há duas décadas com um médico bem sucedido. Abandonara a profissão de fisioterapeuta para cuidar dos dois filhos. Agora que eles já são adolescentes, o marido decide construir para ela um consultório no quintal da casa. Acontece que ela se apaixona pelo pedreiro da obra e, junto com a paixão, passa a viver um drama que vai se adensando a cada cena.

O roteiro não fornece qualquer pista para fundamentar a ação e as decisões da protagonista, até porque o novo amor não é nem mais jovem ou mais elegante que o próprio marido. Ao contrário, seu intérprete é o espanhol Sergi Lopes, que já vimos como o grosseiro capitão de “O Labirinto do Fauno”. Não se trata, portanto, de uma rotina na linha de “Lady Chaterley”. Mas o caráter linear e descritivo da narrativa transfere para a atuação de Kristin Thomas a tarefa de exprimir todos os possíveis conflitos internos da esposa infiel – o que, aliás, amplia o mérito a atriz no filme. Quando ela se confessa incapaz de mentir e revela tudo para o marido, percebe-se que a personagem se diferencia do banal e o drama evolui para a tragédia.
Partir
Partir
estreia 18/12/2009
Distribuição Imovision
França - 2008 - 85 min
Direção Catherine Corsini
com Kristin Scott Thomas, Sergi Lopes, Yvan Attal
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