
É pena, mas esta animação inglesa teria tudo para enfrentar as produções da Disney e da Dreamworks, não fosse a pretensiosa conceituação do projeto, perdida num passo maior que as pernas. Como se os desenhistas do filme e os seus roteiristas pertencessem a duas tribos diferentes. Num ambiente de conto de fadas, parecido com o de
Schreck, um camundongo pequeno até para a sua espécie se mostra especialmente nobre e corajoso. Como
Dom Quixote, deixa-se inebriar pelos contos de cavalaria dos livros que lê, em vez de roer. Tem a capacidade de falar com os humanos, assim como o herói de
Ratatouille e também se relaciona com um grande chefe de cozinha: o cozinheiro oficial do reino. Suas orelhas são exageradamente grandes e, graças a elas, às vezes pode voar, lembrando o elefantinho
Dumbo. Imaginado com uma direção de arte primorosa, o universo dos camundongos é acessível por meio de um buraco na parede, assim como víamos nas aventuras de
Tom & Jerry. Um dia, o personagem desaba no caótico e bárbaro mundo dos ratos, instalado no subterrâneo de um palácio, mais ou menos como no recente desenho animado
Por Água Abaixo, da Dreamworks, por sua vez uma referência a
Blade Runner - O Caçador de Andróides e
Gladiador, ambos de Ridley Scott. Mais tarde, encontra uma camareira que é sósia da grotesca Fiona, de
Schreck que sonha em se tornar também uma princesa. São “influências” em demasia. Até para um adulto, quanto mais para uma mente infantil.
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