Encontre o que precisa buscando por aqui. Por exemplo: digite o título do filme que quer pesquisar

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dia 30 de junho, a partir das 18:30, lançamento de OS MELHORES FILMES NOVOS

Com o lançamento do livro, os comentários sobre os filmes novos tem rareado, confesso. Mas, em breve vamos recuperar o ritmo, porque está chegando a data dele aterrisar na Livraria Cultura. Espero todos vocês no coquetel, claro. Para tornar a ocasião ainda mais interessante, vamos exibir uma exposição de fotos chamada CINEMA & MODA, formada por editoriais criados pela Jô de Souza e os alunos dela no curso de Moda da FMU. Os editoriais se inspiram em filmes comentados no livro. Aproveito para apresentar um trailer desses trabalhos, clicados por grandes fotógrafos paulistas. Como Daniel Malva, com look inspirado em A Fantástica Fábrica de Chocolate (acima) e Simone Nascimento, interpretando Em Busca da Terra do Nunca (abaixo).

As imagens aqui incluidas aqui fazem parte de conjuntos de fotos referentes a filmes, como
O Escafandro e a Borboleta (Daniel Malva - abaixo)

A Duquesa, foto de Paulo dos Santos (abaixo)

Batman - O cavaleiro das Trevas, por Wladimir Fernandes.

terça-feira, 9 de junho de 2009

"Os Melhores Filmes Novos" RESERVE A DATA: 30 de junho de 2009, para prestigiar o lançamento do meu livro na Cultura

Não existe programa mais simples e prazeroso que assistir a um bom filme em casa mesmo. Mas com tantas opções nas lojas e locadoras, como fazer uma boa escolha? Este livro publicado pela Editora Contexto foi pensado para apoiar a todos os frequentadores de locadoras, na busca pela melhor opção. Durante os últimos quatro anos, assisti a mais de dois mil filmes que foram lançados no circuito comercial brasileiro. Para selecionar melhores, considerei cinco aspectos: argumento, roteiro, elenco, produção e direção. Os títulos incluídos no livro mereceram destaque ao menos em quatro deles. É claro que a identificação desses predicados depende sempre de um olhar pessoal: a sagrada cidadela da sua subjetividade como indivíduo. Para aqueles que buscam uma lista ainda mais apurada, também foram destacados 100 títulos imperdíveis.

Os filmes são agrupados em ordem alfabética dentro de capítulos que correspondem às principais categorias: aventura, brasileiros, comédia, documentário, drama, fantasia, história e infantil. Em todos os comentários, com exceção daqueles referentes aos documentários, há também uma relação de “gêneros conexos”, ou seja, um conjunto de gêneros com os quais o filme comentado mostra alguma ligação. Cada título é acompanhado, ainda, de uma breve ficha técnica que inclui os prêmios recebidos.
Como outro diferencial importante, Os melhores filmes novos traz um bônus para quem adquirir este livro: quatro atualizações on-line, que analisam e avaliam os filmes mais importantes lançados a partir de 2009. A primeira lista já se acha disponível desde o dia de lançamento desta obra nas livrarias. Em seguida, a cada seis meses, acontece uma nova atualização até o fim do próximo ano. Com esse procedimento, eu e o livro pretendemos nos tornar uma companhia útil e constante para quem gosta de cinema e tem curiosidade pelo que há de novo em matéria de bons espetáculos. Companheiros sem os quais não será prudente frequentar uma locadora para escolher o que vamos assistir.
Convido a todos para o lançamento do livro, que será acompanhado pela especialíssima exposição de fotos MODA E CINEMA, com editoriais de moda inspirados em filmes e criados pelos alunos do curso de Moda da FMU, sob orientação de Jô de Souza. (Foto acima)
D I A 30 D E J U N H O
das 18:30 até 21:00

NA LIVRARIA CULTURA

AVENIDA PAULISTA 2073

No Conjunto Nacional

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Com "A Mulher Invisível", Claudio Torres retorna à boa qualidade de "Redentor"

Depois do sucesso de dois exemplares de Se Eu Fosse Você, alguns produtores devem ter saído em busca de outros roteiros “daquele tipo”. Para os que suspeitam que este trabalho de Claudio Torres se enquadre nessa encomenda, cabe adiantar que A Mulher Invisível é superior à série de Daniel Filho. Ultrapassada aquela vacilação chamada A Mulher do Meu Amigo (2008), Torres recupera a categoria de Redentor (2004). Selton Mello faz o papel de um jovem abandonado pela esposa que só sai da depressão quando encontra a mulher de seus sonhos. Interpretada por Luana Piovani, esta mulher ideal (literalmente) mostra-se perfeita demais para ser verdadeira: é capaz até de discutir futebol com ele. O ponto de contato entre os dois filmes é o tema da identificação (ou contra identificação) entre duas figuras de homem e de mulher. No filme de Claudio Torres um dos personagens diz para o outro(a) “eu sou o que você é”, como se estivesse respondendo diretamente a Daniel Filho. Coincidência mesmo é com A Garota Ideal, filme lançado em 15/5, sobre um rapaz que namora com uma boneca inflável e a trata como se fosse gente de carne e osso.
Mas o valor de A Mulher Invisível não reside na temática, e sim na maneira como ela se desenvolve, em termos de dramaturgia e de interpretação. Selton Mello está até mais expressivo do que na maioria de seus papéis mais recentes. Piovani articula bem, bastante simpática e adequada à fantasia do protagonista, com Wladimir Brichta (foto abaixo), Fernanda Torres e Paulo Betti corretos em suas funções de apoio. Sem qualquer gordura, a música de Luca Raele e os diálogos de Adriana Falcão se mostram precisos e indispensáveis para valorizar a trama. Preciso dizer mais?
A Mulher Invisível
Brasil - 2009
Estréia 05/06/2009
Direção de Claudio Torres
Gênero: Comédia / Romance
Distribuição: Warner Bros.
Com Selton Mello, Luana Piovani,
Wladimir Brichta, Paulo Betti, Fernanda Torres

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Até o dia 08 de junho é possível se inscrever no concurso Mundo Maior de Cinema.


A idéia é estimular jovens talentos do mercado audiovisual, oferecendo a oportunidade de elaborar um longo metragem formado por oito diferentes curtas de ficção, norteados por “O Livro dos Espíritos”. O interesse pela produção de filmes orientados pelo pensamento de Alan Kardec deve ter sido reforçado pelo recente e até inesperado sucesso do longa Bezerra de Menezes (foto acima). Os interessados precisam acessar o site da produtora Mundo Maior Filmes para fazer a inscrição, obter informações referentes ao projeto e manter contato com os organizadores do concurso. Nesta etapa, será selecionado o melhor projeto sobre o tema da Pluralidade das Existências. Todos os cineastas selecionados disputam um cargo na direção do longa-metragem que será produzido a partir deste concurso e recebem individualmente o prêmio no valor de R$ 7,5 mil para a realização de seus roteiros, além de acesso a recursos tecnológicos e humanos. Mais detalhes sobre o concurso devem ser obtidos no vídeo release, que pode ser acessado por este link:

quarta-feira, 3 de junho de 2009

“Garapa” quer mostrar a fome no Brasil, por meio de três famílias carentes do Ceará

Chama-se “garapa” aquela mistura de água com açucar que as mães sem comida para dar aos filhos usam para “enganar a fome” das crianças. Houve época em que se costumava classificar os filmes inofensivos e melosos, sem qualquer dramaticidade mais forte, de “água-com-açucar”. Como sabemos, essa não é a linha de traballho de José Padilha. Antes de Tropa de Elite, ele já tinha se consagrado como documentarista com Ônibus 174, um soberbo trabalho de reconstituição de um seqüestro urbano que capturou o interesse de todo o país em 12 de junho de 2000 , na zona sul do Rio de Janeiro. O sequestro foi transmitido ao vivo pela televisão e, por isso, Padilha trabalhou com as imagens gravadas e investigou a origem do sequestrador. Por meio de uma reportagem minuciosa, entremeando entrevistas com material de arquivo e tomadas do ambiente, ele descreve o processo de transformação da criança de rua em bandido e especula sobre as causas da violência nas grandes cidades. O impacto dessa obra foi tal que a história foi recentemente adaptada para filme de ficção por Bruno Barreto em Última Parada 174, de 2008 (foto abaixo).
Agora Padilha volta ao documentário, mas abandona o formato “clássico” em que convivem vários recursos heurísticos e expressivos, como a entrevista, os dados estatísticos, a pesquisa de referências (de sons, imagens e idéias), o debate e até a encenação. Em Garapa, ele assume um estilo de documentário, no qual o cineasta se exime absolutamente de manipular e interferir no que é filmado. Na metodologia original do cinema “direto”, inaugurada no final da década de 1950 e no início dos anos 60, a câmara se posiciona como “uma mosca na parede”, apenas observando e registrando, sem jamais interagir com o objeto, para que o epectador possa chegar às suas próprias conclusões. A experiência seminal dessa vertente foi Les Racquetteurs, realizada no Canadá, em 1958: um filme de 17 minutos sobre uma convenção festiva típíca do Québec, que impressiona pela ruidosa euforia de seus participantes (foto abaixo). Eles, aliás, não precisam representar nada para a câmara, porque já estão “encenando” alegria e contentamento uns para os outros.
Garapa não tem nada a ver com festa ou alegria, mas Padilha endossa os princípios éticos e estéticos acima citados, convidando-nos a vivenciar a fome junto com quem a sofre. Ele declara:
“Essa é uma experiência que só pode ser compreendida quando você se cola em pessoas que, efetivamente, passam fome. Só assim é possível ter o entendimento ideal, que vai além do que se lê em estatísticas. Um entendimento emocional, sem nenhum filtro intelectual.”
Mas ele mesmo aplica um “filtro” de elegante branco e preto sobre todas as imagens do filme. Para quê? Para torná-las mais suportáveis − como a própria dor da fome, “enganada” pela água morna açucarada? Não seria isso uma forma gráfica de manipulação e interferência? Se couber ao público elaborar as suas próprias conclusões, como se configura um “entendimento emocional” a respeito do problema? Que efeito poderia resultar dessa overdose de imagens dolorosas, com seres humanos definhando em vida por falta de alimento? Indignação ou amortecimento?
Entre Les Racquetteurs e a de Garapa existem, é claro, diferenças de forma e conteúdo. O primeiro é uma celebração e o segundo um lamento. Um se limita a registrar um evento, ao interromper festivamente o cotidiano de uma cidade canadense, enquanto outro dá voz aos personagens centrais dessa tragédia instalada no dia-a-dia de três famílias. O que estes dizem ou deixam de dizer no filme depende, evidentemente, da edição e esta insinua coisas além do que designam as palavras, como a diferença de comportamento entre os homens e as mulheres. E como um inquietante sorriso estampado quase o tempo todo no rosto de uma moradora da periferia de Fortaleza. (foto acima). Mesmo quando se queixa do marido e quando a assistente social lhe pergunta porque ela não se separa e continua tendo filhos com ele. Será que, como dizia Glauber Rocha, o filme está denunciando os oprimidos para os opressores?
Garapa
Direção José Padilha
Brasil - 2008
Estréia 19/05/2009
Gênero; documentário
Distribuição: Downtown

terça-feira, 2 de junho de 2009

“Caramelo” é o primeiro filme dirigido por uma atriz libanesa especialmente talentosa

Os espanhóis de San Sebastian se encantaram com diretora e estrela do filme, a magnética Nadine Labaki, e lhe entregaram os principais prêmios do festival. E fizeram bem, porque seu trabalho é simples e comovente, cheio de sutilezas e marcado por uma sensualidade latente que tenta, mas não consegue, se esconder por trás do véu de uma comédia de costumes bem comportada.

Aliás, como só poderia ser numa produção libanesa que trata de mulheres independentes. Trabalhando num salão de beleza, elas não são ricas, nem intelectuais e nem artistas. O caramelo do título, aliás, é o principal ingrediente para o serviço de depilação. Mesmo morando com suas famílias, vivem seus próprios dramas e procuram alcançar seus objetivos pessoais.

Na tradição de cronistas orientais como o egípcio Naguib Mahfouz, a narrativa não se perde em grandes conflitos e busca ressaltar a beleza das vidas comuns e pequenas. Como a mulher já de idade que não tem coragem suficiente para se encontrar com um inesperado pretendente a namorado. Ou como aquela, um pouco mais nova, que procura esconder, das amigas e dela mesma, que já se encontra na menopausa. E como a outra, vivida pela própria Nadine Labaki, que faz de tudo para se encontrar com um amante cada vez mais frio e inacessível.

O enfoque mais curioso, porém, é o modo como a diretora trata o encontro de uma colega com uma cliente, no qual um corte de cabelo funciona como inusitada metáfora de envolvimento afetivo. Neste primeiro filme que ela dirige, Labaki mostra um pouco da fascinante Beirute, com procissões católicas convivendo harmoniosamente com os muçulmanos pelas ruas: cidade que simboliza a sabedoria de uma antiga civilização, felizmente ainda viva, apesar de tudo.

Caramelo
Sukkar Banat
França / Líbano - 2007
Gênero: Comédia Dramática
Premiado no Festival de San Sebastián
Estreia 05/06/2009
Distribuição Imovision
Direção de Nadine Labaki
Com Nadine Labaki, Yasmine Al Masri, Joanna Moukarzel

“Duplicidade” de Tony Gilroy é (excelente) exemplo de um típico “filme de roteirista”

Alguém deve se lembrar de “Conduta de Risco” (Michael Clayton -2007), com George Clooney e Tom Wilkinson, pelo qual Tilda Swinton foi premiada com o Oscar de Atriz Coadjuvante. Quem teve a sorte de responder positivamente viu o outro filme dirigido por Tony Gilroy (Nova York – 1956), um roteirista que também dirige. Provavelmente quando o projeto não se mostra tão comercialmente irresistível quanto o Advogado do Diabo (1997) ou a série Bourne (2002/2007). Esta nova empreitada autoral traz um elenco de intérpretes bons bilheteria (Clive Owen e Julia Roberts) e, ao mesmo tempo, de extrema competência (Paul Giamatti e novamente o craque Tom Wilkinson).
Mas a trama se situa num degrau acima do que deveria estar, para ser considerada uma aventura de espionagem, movimentada e digestiva como um episódio de James Bond à moda antiga. Até caberia numa classificação de comédia de suspense, se não puxasse mais pelo sarcasmo do que pela comicidade. E se não apresentasse uma estrutura que joga com as expectativas que ela mesma vai oferecendo ao espectador. O casal de protagonistas se conhece em campos opostos, em 2003, trabalhando para a CIA e para o serviço secreto britânico. Anos depois se reencontram, agora empregados no ramo de espionagem industrial, outra vez para patrões diferentes (Giamatti e Wilkinson na foto abaixo) e que competem furiosamente entre si.

Isso é tudo o que podemos revelar sobre o enredo para não estragar, de fato, o prazer de ir sendo enganado e desenganado sucessivamente pelas reviravoltas espiraladas com que Gilroy constrói o roteiro. Como referências laterais sugeridas pelo filme, ficam uma viagem por essa guerra quente travada pelas indústrias farmacêuticas e a reflexão de como o antigo futurologista italiano Roberto Vacca estava correto, em seu livro de profecias “Il Mediovo Prossimo Venturo” (A Idade Média do Futuro – 1971). Ele dizia que a meta principal das empresas seria a de se tornarem inexpugnáveis, como os feudos medievais.
Duplicidade
Duplicity
EUA – 2008
Direção de Tony Gilroy
Gênero: Comédia de Suspense
Estreia 05/06/2009
Distribuição Paramount
Com Clive Owen, Paul Giamatti, Julia Roberts, Tom Wilkinson